É do conhecimento geral que as relações entre a família real britânica e o príncipe Harry não atravessam o seu melhor momento. A sua discreta aparição durante a coroação do pai, na qual ocupou a terceira fila, comprova que o clima de ‘guerra fria’ continua entre o príncipe e os Windsor, principalmente após a publicação do seu livro de memórias, Na Sombra.
Esta quarta-feira, dia 9, foi revelado que as tensões do príncipe Harry não se resumem apenas à relação com a família, mas também com o escritor fantasma do seu livro, o vencedor de um Pulitzer J.R. Mochringer.
Num artigo publicado na revista New Yorker, o autor revelou que a relação com o príncipe passou por um momento de tensão enquanto trabalhavam no livro e a certa altura o autor gritou com o filho mais novo do rei Carlos III. “Estava exasperado com o príncipe Harry”, admite.“Doía-me a cabeça, tinha o maxilar cerrado e comecei a levantar a voz”, revelou ainda Mochringer.
“Então, quando Harry começou a responder-me, quando as suas bochehas ficaram coradas e os seus olhos se semicerraram, ocorreu-me um pensamento: ‘Pronto, tudo pode terminar aqui”.
O escritor revelou no seu artigo que esta discussão entre eles se produziu enquanto falavam sobre o momento em que o duque de Sussex foi capturado por falsos terroristas, durante exercicios militares. Os raptores gritaram vários insultos, “terminando com umas palavras cruéis sobre a princesa Diana”. Um dos participantes chegou até a pedir desculpas mais tarde ao príncipe pelo sucedido.
“O Harry sempre quis terminar esta história com uma coisa que disse aos seus raptores, uma informação que me parecia desnecessária. estive meses a reescrever a resposta e o Harry esteve meses a suplicar para que voltasse a incluí-la. Agora já não suplicava, insistia, e eram duas da manhã e eu começava a perder a cabeça”, acrescentou.
“Ainda que não fosse a primeira vez que eu e o Harry discutíamos, a sensação era diferente, como se nos estivéssemos a precipitar para uma rutura decisiva, em parte porque o Harry já não dizia nada. Limitava-se a olhar fixamente para a câmara”, refere ainda, referindo-se a essa tensa conversa por videochamada.
“Finalmente respirou e explicou-me com calma que durante toda a sua vida as pessoas tinham menosprezado as suas capacidades intelectuais e que este momento de astúcia demonstrava que, inclusive depois de ter recebido pontapés e sido privado de sono e de comida, ele ainda era inteligente”, explicou.