O príncipe William, de 41 anos, reaparece dois dias depois de ter estado ausente da homenagem ao rei Constantino da Grécia, seu padrinho, alegando “motivos pessoais” para não estar presente na Capela de St. George, em Windsor, numa cerimónia na qual iria, inclusive, falar perante os convidados e família do falecido monarca grego.
Com um ar compenetrado, o filho de Carlos III voltou a cumprir a sua agenda institucional e visitou uma sinagoga em Marble Arch, no centro de Londres.
De acordo com informações avançadas pelo Palácio de Kensington, os abusos e ataques antissemitas estão a aumentar em Inglaterra, pelo que o príncipe de Gales decidiu ir ao encontro das comunidades judaicas para saber como estão a lidar com o problema.
À sua chegada, a futuro rei encontrou-se com membros da comunidade judaica local e com sobreviventes do Holocausto, que lhe falaram sobre as suas experiências. Depois, juntou-se aos jovens embaixadores do Holocaust Educational Trust, que lutam contra o ódio e antissemitismo.
Durante a conversa que teve no templo, William relembrou que “o preconceito não tem lugar na sociedade”. E foi mais longe, falando também em nome de Kate.
“Já o disse antes e volto a dizê-lo. Quero que todos saibam que podem falar sobre o assunto e sobre as vossas experiências. Tanto eu como a Catherine estamos extremamente preocupados com o aumento do antissemitismo de que falaram esta manhã e lamento imenso se algum de vocês teve de passar por isso. Não há lugar para tal… É por isso que estou aqui hoje, para vos assegurar que as pessoas se preocupam e ouvem e que não podemos deixar que isso aconteça.”
Visita acontece após quebra de protocolo
Os jovens presentes, de todas as origens e crenças, participaram no projeto Lições de Auschwitz, durante o qual aprenderam sobre a história do Holocausto e visitaram o antigo campo de concentração e extermínio nazi de Auschwitz-Birkenau, na Polónia.
No final do projeto, terão como missão garantir que o ódio é denunciado onde quer que ele exista.
Esta visita acontece depois de William ter quebrado o protocolo e falado de questões políticas, mostrando-se atento ao que se passa atualmente na Faixa de Gaza.
“Continuo profundamente preocupado com o terrível custo humano do conflito no Médio Oriente desde o ataque terrorista do Hamas, a 7 de outubro. Morreram demasiadas pessoas. Tal como muitos outros, quero ver o fim dos combates o mais rapidamente possível.”
Estas palavras do príncipe de Gales não caíram bem em todos os quadrantes, embora estejam muito longe da posição firme adotada por outros membros da realeza, como é o caso de Rania da Jordânia.
Fazia, portanto, sentido ao príncipe ouvir agora os estudantes e jovens que foram afetados pelo aumento do ódio e do antissemitismo.
Na realidade, o compromisso com os membros da Holocaust Educational Trust já estava planeado. Originalmente, iria coincidir com o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, a 27 de janeiro, e contaria com a presença do príncipes de Gales, mas devido à cirurgia de Kate, foi adiado para uma data posterior.
A princesa continua em convalescença e longe dos atos públicos, porém não foi esquecida nesta visita. Além de William a ter mencionado no seu discurso, como referido anteriormente, Renee Salt, uma sobrevivente do Holocausto, com quem o neto de Isabel II esteve a conversar, também falou sobre ela.
“Tenho a certeza que se a sua mulher estivesse bem, estaria aqui. Tenho muitas saudades dela. Dê-lhe os meus cumprimentos”, disse, enquanto o príncipe lhe segurava as mãos com empatia.