O No Convento é uma das mais recentes apostas do grupo Reia Collective, fundado por Emil Stefkov e Sacha Gielbaum, e leva a um edifício com quatro séculos de História o equilíbrio perfeito com a contemporaneidade.
Localizado no Convento das Bernardas, onde se instalaram várias ordens religiosas até à destruição quase total provocada pelo terramoto de 1755, no bairro lisboeta da Madragoa, o restaurante bebeu alguma dessa traça antiga após a fase de reconstrução, e foi, durante mais de 40 anos, morada d’A Travessa, um dos mais icónicos restaurantes da capital portuguesa.
Os interiores em pedra, a herança deixada pelo convento, foram habilmente contrabalançados com pormenores que conferem um ambiente acolhedor e intimista ao espaço, à luz das velas, graças ao trabalho da designer de interiores Juliana Cavalcanti. Aliás, as salas que recebem os clientes são quase exclusivamente iluminadas por velas (uma média de 100 por dia!).
No comando da cozinha está o chef João de Oliveira, que estava também ao leme do restaurante anterior, e se inspirou nos sabores portugueses com influência da gastronomia francesa. Desde as entradas, como as ostras do Sado ou a sopa de cebola, um clássico da cozinha francesa, aos pratos principais, como o bacalhau confit a baixa temperatura, o pato confitado e o cordeiro com chutney de beringela e tâmara, tudo é um verdadeiramente delicioso. A experiência termina da melhor forma com clássicos da doçaria desconstruídos: a tarte tatin com maçã verde e molho de caramelo salgado, o crème brûlée, equilibrado com a acidez dos frutos vermelhos, e a mousse com chocolate amargo e casca de laranja cristalizada.
O restaurante está aberto ao jantar, de terça a domingo.
Dicas úteis:
Ainda no interior do Convento das Bernardas, visite o Museu da Marioneta, o primeiro museu nacional inteiramente dedicado ao universo da marioneta e à arte de contar histórias. Se descer a Rua das Trinas, pode explorar o bairro de Santos e toda a zona ribeirinha até chegar ao Cais do Sodré, cheia de movimento. O Mercado da Ribeira, tanto na vertente das compras básicas do dia a dia, como para fazer uma refeição ou beber um copo, é paragem obrigatória.