Sobreviveu ao terramoto de 1755 e manteve-se presente ao longo dos anos por muitas e variadas memórias até à atualidade, altura em que o histórico palácio se transformou, depois de aturada requalificação, em habitação de topo numa das zonas mais exclusivas de Lisboa, “com vida própria e onde se pode viver também fora de casa”, sublinha o proprietário do apartamento.
Hoje, todo o edifício é o resultado de um criterioso esquema em que tradição e modernidade convivem sem percalços, com características seculares potenciadas e adaptadas às exigências atuais.
Nasceu um duplex com traçado interior de estética contemporânea, pontuado aqui e ali de elementos mais clássicos (refira-se o soalho de madeira ou a pedra lioz no revestimento das casas de banho, por exemplo).
A um primeiro nível encontram-se as áreas sociais, hall e corredor conduzem o visitante à sala de estar, com acesso a um terraço, e à sala de refeições, contígua à cozinha. No segundo, a escada leva-o a um mezanino com guarda em vidro e vista para a sala de estar, é aqui que se instala o escritório e a porta de entrada para as dependências íntimas: quartos, suíte principal e casas de banho.
Luz, arte e design, são três palavras sem grau estabelecido de importância ou a trilogia de sucesso que pode ajudar a definir o rumo estético desta habitação, no fundo, a justificar cada uma das bem pensadas escolhas. Vamos por partes.
Fruto da reconversão exemplar, surgiram espaços amplos e arejados, onde rasgos nas paredes de dimensões desmedidas (apenas protegidos por clássicas portadas) fazem fluir a intensa e única luminosidade da capital.
A escala de janelas e portas impressiona tal como ninguém fica indiferente ao extraordinário pé-direito da sala de estar (cerca de seis metros de altura), característica que se revelou fundamental na decisão do jovem empresário proprietário do apartamento: “o fantástico pé-direito, que permite dar uma dimensão diferente do que é habitual, e o facto de os espaços serem interligados e não excessivamente compartimentados pesaram na escolha”.
Arte. Porque o proprietário desta casa é colecionador e preza expor as telas que vai adquirindo. A sala é o expoente máximo deste gosto eclético, apenas numa parede, mas de enorme dimensão, convivem, entre outras, obras de Daniel Blaufuks, Jose Manuel Ciria ou Sobral Centeno. E como nas salas que se percorrem numa galeria, o olhar detém-se inevitavelmente na fotografia de Thomas Ruff na sala de refeições, na de Manuel Botelho, no corredor, ou num João Penalva, nas escadas. Curiosamente, a maior parte dos quadros foram sendo adquiridos paralelamente com a escolha do mobiliário, contemporâneo e assinado por alguns dos mais destacados designers internacionais, como se exige.
Design. Nesta fase do processo e depois de uma breve pesquisa para que fossem tomadas as opções mais corretas, o proprietário recorreu aos serviços de arquitetura de interiores da Poeira, reputada loja de design presente em Lisboa e no Rio de Janeiro.
Marcada a primeira de uma série de futuras conversas, tanto empresário como profissionais puderam delinear o rumo a seguir. Simpatizante de áreas depuradas, interligadas e não compartimentadas, o proprietário com a colaboração da equipa da Poeira acabou por optar pela compra de escassas peças, mas todas elas de grande impacto visual. É o caso do sofá da sala de estar, feito à medida, em veludo roxo, pela Poeira, ou das mesas de centro Zero In, brancas com tampo em vidro, da Established & Sons. A maior parte do mobiliário acabou por ser adquirido na Poeira, uma ou outra peça de características mais rústicas veio de outros espaços, caso da mesa da sala de refeições selecionada pela Poeira mas comprada na Companhia do Campo.
Há quase um ano a morar numa casa que lhe oferece qualidade e exclusividade, o empresário não dá por terminado este seu projeto. Com ajuda especializada, continua na sua pesquisa a descobrir peças icónicas, objetos de forte personalidade com uma história para contar, tal como as obras de arte que com eles partilham o espaço.
Decoração: Galeria de Arte na capital
Duplex amplo e luminoso, numa zona cosmopolita da capital, reúne arte e mobiliário de design contemporâneo, duas realidades que se completam num projeto de interiores assinado pela Poeira.
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