Esta moradia, inserida no Alto Douro Vinhateiro, elevado pela UNESCO a Património da Humanidade em 2001, foi reconstruída para servir os propósitos de uma família numerosa que, aos fins de semana, pretendia afastar-se do rebuliço da cidade e mergulhar no silêncio que esta região oferece. Se possível, na companhia de amigos e tirando o melhor partido da gastronomia, do vinho, dos desportos náuticos e do espírito de natal vivido nesta época do ano.
A obra de intervenção do imóvel, assinada pelo arquiteto Carlos Santelmo, definiu um cenário pautado por linhas retas, assente numa base cromática branca e marcado por janelas rasgadas à paisagem circundante. As mesmas características que Maria Teixeira Pinto (Ginha) seguiu como principais fios condutores no seu projeto decorativo, ao longo de oito meses de trabalho. “Tentámos que a casa se estendesse fora de portas e usufruísse da vista sobre as vinhas, da linha do comboio, do rio e dos muros de xisto. Daí a necessidade de proceder, por exemplo, a uma seleção criteriosa dos materiais e da paleta de cores que recaiu, essencialmente, nos verde, beges, tons terra, azuis, verdes e cinzentos escuros”, salienta a profissional, também proprietária da Dona Vila, loja onde foram projetadas e adquiridas a maioria das peças.
À primeira vista, as áreas amplas e a entrada de luz natural até poderiam facilitar a decoração. Mas nem sempre isto é ‘chapa cinco’. São elementos fundamentais para quem pensa numa casa de sonho, mas podem “baralhar” o trabalho dos entendidos na matéria. “Quando entrei aqui pela primeira vez, depois de ter visto a planta e reunido com o arquiteto, confesso que fiquei um pouco apreensiva com as áreas dos compartimentos, principalmente da sala. No entanto, depressa encarei este projeto como um novo desafio e, aos poucos, esse sentimento foi sendo ultrapassado”.
Decoração: Postal ilustrado
Os espaços amplos e a entrada de luz natural, potenciados pelo contacto direto com a natureza, fazem desta casa um lugar único junto ao Douro.