Alessandro Zambelli vive e trabalha em Mântua, Itália. Estudou design industrial e engenharia de materiais na Cova School of Design, em Milão. Em 2003, fundou a Alessandro Zambelli Design Studio. Colabora, desde 2006, com a Seletti, e trabalha para várias marcas (Rudi Rabitti, Diamantini & Domeniconi). É co-fundador do coletivo Padiglioneitalia e expõe
nas principais feiras, caso da Maison & Objet.
Porquê a escolha pela área do design?
Desde criança que me sinto atraído por objetos e pelos seus conteúdos, cor, materiais e formas, e sempre tentei imaginar e transformar objetos a partir do meu ponto de vista. Creio que tudo começou aí.
Como define as suas criações?
Diria que são experiências pessoais.
O que o inspira a criar?
Penso sobre o meu passado e todas as experiências que me marcaram e tento fazer referência a esses conceitos ou situações que me são familiares. Isso faz-me sentir à vontade quando olho para o objeto que estou a criar, apoiando-me em ações muito simples ou emoções que todos nós sentimos. A minha inspiração também reside no próprio ato de “exportar” um conceito para os materiais, de modo a ser valorizado e percebido pelo maior número de pessoas possível. Por último, mas não menos importante, a satisfação pessoal de dar forma a uma ideia minha.
Como escolhe os materiais?
Todas as vezes que escolho os materiais que melhor me ajudam a comunicar um determinado conceito, não importa se eles são inovadores ou tradicionais. Para mim, os materiais são o objetivo expressivo de uma ideia. As tecnologias, por outro lado, são os meios.
Quando desenha tem consciência da sustentabilidade e responsabilidade social dos seus projetos?
Tento sempre olhar para o homem antes do objeto. Com isto quero dizer que tento olhar para a pessoa que vai usar o objeto. Ela terá de ser parte integrante do objeto e ter com este uma proximidade cultural, bem como física. O utilizador torna-se parte da vida do objeto, e vice-versa, tendo um impacto ambiental mínimo.
Qual é o seu melhor projeto, o mais bem sucedido?
A coleção Estetico Quotidiano, desenhada para a Seletti, é até agora o mais conhecido e divulgado de todos os meus projetos.
Que ícone da história do design gostaria de ter desenhado?
A cadeira Superleggera, de Gio Ponti. Porque reúne tradição, memória, técnica, elegância e poesia.
O que mudava no atual panorama do design?
Gostaria que os designers voltassem a ser designers e as empresas esquecessem a ideia da “produção em massa” para se concentrarem mais na singularidade e no artesanato. Tudo o que é criado pelo homem está mais perto dele!
Como imagina os interiores de uma casa daqui a 100 anos?
As pessoas vão precisar sempre de objetos que as lembrem de onde vêm, juntamente com as tecnologias em constante evolução. Imagino uma casa cada vez mais amiga do meio ambiente e onde podemos encontrar fortes contrastes de estilo.
Qual é a divisão da sua casa que mais gosta?
O jardim, porque, pelo menos um dos lados não tem fronteiras.
Próximos projetos…
Estou atualmente a trabalhar em novos projetos de iluminação (um deles muito inovador). Além disso, estou a desenvolver itens de design de interiores, mobiliário e há ainda uma nova exposição na calha.
Decoração: Criar emoções
O ‘designer’ italiano combina o rigor do desenho com a liberdade expressiva, rompendo com o convencional.