Apesar de nas últimas décadas ter vivido na cidade, Erica sempre acalentou o desejo de regressar às origens e de levar a família para o campo. Esse dia começou a vislumbrar-se quando surgiu a possibilidade de adquirir uma quinta em ruínas, construída em 1860 e considerada no século XX património protegido, um pormenor que mais tarde se veio a revelar importante para a remodelação entretanto iniciada.
Convencida a família holandesa a mudar de vida, deu-se início aos trabalhos de recuperação da quinta da responsabilidade de Eric Kuster, designer de interiores que encontrou o edifício em muito mau estado de conservação.
A cozinha tornou-se o espaço central da casa. O antigo fogão a lenha foi reesmaltado e a enorme bancada de trabalho foi igualmente recuperada. Um carpinteiro local tratou de fabricar mobiliário à medida respeitando desenhos antigos e condições especiais, já que por se tratar de uma quinta protegida, houve regras que foi preciso respeitar, o que tornou os trabalhos mais morosos. Assim, sempre que foi possível, deitaram-se paredes abaixo, a ideia era fomentar os espaços amplos nas áreas sociais. A sala ficou com vista para o jardim, no meio foi instalada a biblioteca. Mais resguardados ficaram os quartos, outrora estábulos. Destaque para o especial empenho na busca de materiais que respeitassem os anteriormente selecionados, houve idêntica preocupação com a decoração, grande parte do mobiliário foi adquirido em feiras e antiquários, outras peças foram recuperadas e recicladas para novos usos.
Decoração: Cores de outono
Uma família holandesa regressou às origens. Trocou a cidade pelo campo e iniciou a remodelação de uma quinta centenária.