Nesta rua do Porto, outrora residência de uma população abastada, nascia no século XIX um tipo de construção que em tudo se assemelhava às habitações burguesas brasileiras. Recém-chegada do outro lado do Atlântico, a classe regressava à Europa com vontade de instalar pequenos negócios pelas redondezas. Hoje, este edifício, que também já foi fábrica de pianos, sofreu uma profunda remodelação, a cargo do arquiteto João Figueiroa, que o requalificou em cinco apartamentos, todos de diferentes tipologias.
O que aqui se mostra fica no último piso e “tinha todo o potencial para se transformar numa única habitação”, destaca Cristina Archer, responsável pelo design de interiores da habitação. Numa área de 160m2, nasceu uma sala comum com cozinha e varanda, uma suíte com varanda interior (adaptada a zona de escritório e leitura)e áreas de higiene e serviços. Quem aqui entra não pode ficar indiferente com a imponente escadaria e a grande claraboia retangular, com desenho em estuque, que fornece de luz natural toda a área social do apartamento. “Atraiu-me os tectos trabalhados, a escadaria em madeira, a varanda toda em granito e as vigas interiores em madeira”, refere Cristina Archer que optou por manter estes elementos como traços distintivos da construção. Apesar da antiguidade, o edifício encontrava-se em bom estado de conservação, por isso, as obras destinaram-se sobretudo a reestruturar e modernizar o espaço existente, no fundo, dar-lhe novas funcionalidades de acordo com as exigências do modo de vida contemporâneo.
Decoração: Aberta ao futuro
No Porto, reabilitação de um edifício do século XIX, antiga fábrica que agora se transforma em habitação. Projeto de Cristina Archer.