Zona de estar localizada no piso superior. Nas paredes, obras de Álvaro Lapa, Jorge Molder, António Dacosta e Sousa Pinto. Candeeiro de pé moçambicano, da época colonial. No chão, almofada proveniente de obras de remodelação do Teatro Nacional de S. Carlos.
"Criaram-se uma geometria una e um espaço para receber a coleção de livros e as obras de arte do dono da casa", diz o arquiteto Alberto Caetano, responsável pelo projeto.
Na zona de estar, sofá dinamarquês, em pele, dos anos 60, da Loja da Atalaia. Cadeira One, de Konstantin Grcic, e mesa de Tom Dixon. Obras de Jorge Martins, Jorge Queiroz, Nikias Skapinakis, João Queiroz, Natalia Dumitresco (lateral), Gunter Forg, Pedro Calapez e Eduardo Batarda (parede frontal).
Sucessão dos vários espaços 'rasgados' pela intervenção arquitetónica, com destaque para a luz natural que entra pelas janelas, viradas a poente. Cadeira, modelo 79, em teca, de Niels Moller, mesa francesa articulada, dos anos 50, e poltrona Favela, dos irmãos Campana. No pavimento, em pinho, tapete persa do início do século XX.
"Rasgaram-se paredes, criando uma sucessão de janelas e tornando visível todo o espaço no sentido longitudinal", revela o arquiteto. "Do primitivo existente ficaram as paredes estruturais, o pavimento de pinho e as portadas de madeira das janelas".
Sobre aparador de Jasper Morrison, máscara Quioca, fotografia de Inês Gonçalves e candeeiro de Isamu Noguchi. Na parede, obras de Rodrigo Oliveira, Pedro Casqueiro e Francesco Clemente. Nas prateleiras, escultura de Rui Sanches, vaso Yemen, de Ettore Sottsass para a Venini, figuras Lobi, vaso Amazonia, de Gaetano Pesce para a Fish Design, e jarra de Ron Arad. Tapete Kilim.
À entrada: obra de Joaquim Rodrigo, mesa de abas D. Maria, arca em ferro chapeada do século XVI e banco português em mutene. Na parede lateral, obras de Pedro Calapez e Miguel Ângelo Rocha.
Com a aquisição do apartamento superior, com vista a poente da cidade de Lisboa (o rio Tejo, a ponte, a cúpula da Basílica da Estrela e todo o casario envolvente), a habitação ganhou ligação interior entre os dois pisos, feita por uma escada, tipo pato, em madeira. O andar superior alberga a zona mais privada da casa.
Mesa articulável dinamarquesa, em pau-santo, e cadeira preta Green Street (1980), de Gaetano Pesce para a Vitra.
Escritório. Na parede, obras de Julião Sarmento, Miguel Ângelo Rocha, Manuel Rosa e Rita Magalhães. Sobre o pavimento, banco Ashanti e cubo de cartão, desenhado por Frank Gehry, com máscara tradicional africana Kuba.
O branco foi o tom utilizado como base em toda a casa, exceto no espaço de dormir, onde a parede da cabeceira e o teto surgem pintados "de cor Aubergine, no sentido de criação de um pálio por cima da cama". Nas paredes, fotografia de Margarida Gouveia, ex-voto português de inícios do século XIX e Cristo popular.
Na sala do piso superior, pintura italiana da escola bolonhesa do século XVII e escultura A(B)C, de Rui Sanches. Tapete redondo, feito de trapos, adquirido em Serpa.
"Criaram-se uma geometria una e um espaço para receber a coleção de livros e as obras de arte do dono da casa", diz o arquiteto Alberto Caetano, responsável pelo projeto.
Zona de estar localizada no piso superior. Nas paredes, obras de Álvaro Lapa, Jorge Molder, António Dacosta e Sousa Pinto. Candeeiro de pé moçambicano, da época colonial. No chão, almofada proveniente de obras de remodelação do Teatro Nacional de S. Carlos.
Este apartamento lisboeta, soma de três frações, apresenta uma composição intemporal que cruza diferentes estilos, épocas, peças e obras de arte.
“O apartamento, com cerca de 145m², é composto pela reunião de três pequenos apartamentos em obras repartidas ao longo de mais de 30 anos, até à sua configuração atual”, explica o arquiteto Alberto Caetano, responsável pelo projeto.
“Do existente ficaram as paredes estruturais, o pavimento de pinho e as portadas de madeira das janelas, tornando-se a habitação num conjunto de espaços cujo encontro de planos formasse arestas para uma transição de planos claro/escuro, alinhando vigas, ombreiras e vãos interiores com vãos exteriores, no sentido de criar uma geometria una e um espaço mais grandioso, com o fim de receber a coleção de livros e obras de arte do dono da casa”, continua.
“O apartamento não tem decoração, vivendo unicamente da relação estabelecida entre todos os seus elementos, num diálogo perfeito em que cada um tem uma identidade própria. Todas as peças que compõem o espaço se interligam entre si, independentemente da sua época, forma ou material, pelas qualidades estéticas imanentes a cada uma. A intenção geral do projeto foi, e continua a ser, a realização de um espaço intemporal, em que objetos, quadros, o dono e os gatos tenham uma relação de bem-estar.”