Com um elenco de luxo, que volta a juntar em palco José Raposo, Carlos Quintas, Rita Ribeiro e Joel Branco, entre muitos outros, este musical cheio de glamour, sentido de humor e extravagância, é, acima de tudo, uma grande história de amor. Homens vestidos de mulher, muitas plumas e lantejoulas, saltos altos, plataformas e perucas para todos são alguns dos ingredientes de A Gaiola das Loucas, um musical que La Féria sonhava encenar há já muitos anos. "É a minha última loucura!", explicou em conversa com a CARAS, recordando: "Os ensaios foram muito intensos e violentos. Este é um espectáculo muito difícil de pôr em cena, pelo rigor e elegância, mas estou muito feliz por estarmos, finalmente, a mostrá-lo ao público."
Felicitado por todos no final, o produtor deixou um apelo: "As pessoas têm-me dito que este é um dos meus maiores musicais, e a opinião é unanimemente positiva. É um musical diferente, mais show, e com interpretações fabulosas."
Para além da equipa, que envolve mais de 120 pessoas – entre actores, cantores e bailarinos -, A Gaiola das Loucas conta com a participação especial de actores bem conhecidos dos portugueses, que, desafiados pelo encenador, participaram num pequeno vídeo em jeito de noticiário, entre eles Ana Bola, Maria Rueff, Maria João Abreu, Herman José e Fernando Mendes, que fizeram questão de assistir à estreia do musical.
De propósito no Porto, Ana Bola classificou o trabalho do produtor de "fantástico", e explicou: "Na verdade, não estava à espera de outra coisa. É um espectáculo do La Féria! E ele já nos habituou a um nível superior e dificilmente perderá qualidade."
Trinta e quatro anos depois de ter interpretado o papel que agora cabe a Rita Ribeiro, Simone de Oliveira não escondeu a emoção: "Magnífico e deslumbrante. Estão todos de parabéns. É muito bom ver que há actores, cantores, músicos e bailarinos em Portugal!"
Nessa outra versão, também entrava Herman José, que fazia o papel agora interpretado por Hugo Rendas. " Estreei-me nesta peça há 34 anos e é muito bom rever isto tudo", recordou, acrescentando: "O La Féria deu uma energia e rapidez a este espectáculo que fazem com que não haja um segundo para as pessoas se cansarem. É muito bonito e tem coisas muito boas, como a orquestra, só com músicos do Porto."
Surpreendido estava também Joaquim Monchique. "Maravilhoso! Já vi este espectáculo em várias partes do mundo e este é um dos melhores. Não damos pelo tempo a passar e quando isso acontece é porque o espectáculo é bom. É uma grande viagem!", afirmou à CARAS.
Muito elogiado foi, também, o guarda-roupa, da autoria de João Rôlo, que estava feliz com o resultado do seu trabalho: "Isto é o que mais gosto de fazer, espectáculo! Quando abracei o mundo da alta-costura, era com isto em vista. Aqui pude dar asas à minha criatividade."
Do Rivoli, a festa continuou na Praça D. João I, que se transformou numa discoteca para receber a festa oficial de A Gaiola das Loucas – um trabalho da responsabilidade da Cateri -, que se prolongou pela noite dentro com muitas bolas de espelhos e performances de travestis, em que o rosa-choque reinou. Entre os convidados estava José Castelo Branco, que considerou a produção de Filipe La Féria "digna" em qualquer parte do mundo: "Fico muito feliz por ver o Filipe criar em Portugal espectáculos desta qualidade, com um leque de actores fantástico. O papel da Zazá não podia ter sido melhor interpretado. O José Raposo está fenomenal!"
Com a namorada, os pais e o filho mais velho na plateia, José Raposo era um homem realizado por ter mostrado ao público o resultado de tanto trabalho e dedicação nos últimos meses. "Correu muito bem! É um papel que exigiu bastante de mim e é diferente de todos os outros. A Zazá é um homem que quer ser mulher. Um travesti, mas diferente de outros que já fiz. Não é burlesco, mas glamouroso e sublime. A Zazá é uma senhora e o texto está muito bem escrito." A Gaiola das Loucas estará em cena no Porto "enquanto o público quiser", concluiu Filipe La Féria.