Estão a viver um momento muito especial das suas vidas. Depois de devidamente reorganizada, a família de
Nuno Graciano e
Bárbara Elias está preparada para receber um novo membro, uma vez que a manequim e empresária está grávida de uma menina, que deverá nascer em Janeiro, e para a qual os pais já escolheram o nome:
Maria.
Durante uns dias de férias que passaram juntos no Algarve, no Monte da Quinta Resort, a família reuniu-se para uma sessão fotográfica após a qual o apresentador, de 40 anos, e a manequim, de 34, falaram abertamente da sua estrutura familiar, nesta que foi a primeira entrevista que deram desde que se soube que iam ser pais pela segunda vez. Nuno Graciano falou da sua relação com a ex-mulher,
Patrícia Chester, e mãe dos seus filhos mais velhos,
Gonçalo, de 11 anos, e
Tomás, de sete, de quem se separou após oito anos de casamento, quando percebeu que estava apaixonado por Bárbara Elias, com quem tem uma filha,
Matilde, que completou recentemente quatro anos.
Com feitios muito idênticos, marcados por uma forte personalidade, os dois admitem que ao longo destes quase cinco anos já passaram por bons e maus momentos, mas, ao contrário do que algumas vezes foi publicado, nunca se separaram. "
Passam a vida a separar-nos", brincou Graciano, enquanto Bárbara acrescentou: "
Nós somos teimosos! Quando embirramos com uma coisa, levamo-la até ao fim. Teimámos que a nossa relação ia dar certo, e tem dado!" [risos] Já num registo mais sério, o apresentador explicou: "
Isto vai soar a cliché, mas é uma realidade: não conheço nenhuma relação, mesmo as de casais que estão juntos há 60 anos, que não passe por bons e maus momentos. Depois, é uma questão das pessoas perceberem o que pesa mais na balança e, por vezes, vale a pena sermos mais condescendentes e termos a capacidade de perdoar coisas que nos podem ofender, se queremos continuar a caminhar para a frente. A nossa relação tem sido pautada por isso mesmo. O facto de conhecer muito bem a Bárbara, e de sermos amigos há muitos anos, também ajuda. Conheço muito bem os defeitos dela, e ela os meus, e há momentos em que temos de fazer um esforço, mas já lá vão cinco anos!"
– Nuno, parece que não foi fácil a Bárbara convencê-lo a ter mais um filho…
Nuno Graciano – Eu sou muito dedicado aos meus filhos. Fui com o Gonçalo, porque foi o primeiro filho, com o Tomás eu já tinha que me esforçar para dar conta do recado, e depois apareceu a Matilde, numa altura em que a minha vida profissional deu um salto, em que passei a ter muito menos tempo disponível, além de que tinha acabado de sair de casa da Patrícia. A minha vida tinha mudado. Hoje percebo que não dou à Matilde a atenção e o tempo que desejaria, chego até a prejudicá-la para poder estar com o Gonçalo e com o Tomás, que não vivem connosco, mas com quem eu tento estar todos os dias. Portanto, o que me assustava não era ter mais um filho, mas recear não ter tempo para lhe dar atenção. Por outro lado, pode parecer egoísmo, mas tenho 40 anos e sinto necessidade de ter o meu tempo. Mais filhos significa ter mais tempo de família e menos tempo para mim, menos tempo para estar com a Bárbara. Tudo isto teve de ser devidamente colocado, com pauzinhos de chinês, nos respectivos sítios, para a vinda de mais uma criança.
– Os argumentos da Bárbara devem ter sido muito fortes…
Bárbara – Eu consigo ser muito persuasiva! [risos] A verdade é que, independentemente da Matilde já ter dois irmãos, eu não queria ter só um filho. Depois de ter passado pela separação dos meus pais, que, para mim, foi difícil, e de poder partilhar esse momento complicado com os meus irmãos, acho que não é justo uma criança ter de passar por uma eventual tragédia sozinha. Acho fundamental ter um irmão com quem possa partilhar os sentimentos.
Graciano – Durante os três anos e meio que fiz o programa Contacto, passaram tantos casos trágicos por mim que fiquei mais sensível ao facto de, por exemplo, poder morrer um filho. E, no nosso caso, pesou o facto da Bárbara já ter 34 anos e, se acontecesse uma tragédia com a Matilde, a Bárbara ficaria sem filho nenhum. Agora que fique bem claro que este filho é um acto de amor nosso, tudo o resto são consequências.
– Tinha preferências em relação ao sexo do bebé?
– Para mim era completamente indiferente. Sempre quis ter filhos rapazes, que já tenho. Logisticamente, era melhor para nós ter uma rapariga. Em relação à Matilde, acho que vai achar muito mais graça ter uma irmã do que um irmão, até porque na realidade ela tem os dois irmãos com quem se dá lindamente. Ela adora-os, venera-os, é doida pelo mano ‘fofinho’, que é como trata o Gonçalo, e pelo mano ‘traquinas’, que é o Tomás. Portanto, como já tem a presença de irmãos rapazes na sua vida, acho que é muito melhor poder ter uma companhia feminina, com quem irá ser mais cúmplice, até porque vão partilhar o quarto.
– Como é que ela reagiu quando lhe contaram que ia ter um irmão?
Bárbara – Tentei explicar-lhe calmamente que ia ter um mano, e que estava dentro da minha barriga. Ela perguntava-me se era o Gonçalo ou o Tomás! [risos] Agora já começa a perceber melhor, porque vê a barriga a crescer.
– E como correu a conversa com o Gonçalo e com o Tomás?
Nuno – O Gonçalo diz que quantos mais irmãos tiver, melhor. Não se chateia nada, até porque tem sempre o lugar de irmão mais velho garantido. O Tomás reagiu bem, mas ficou um bocadinho desiludido quando soube que era uma menina. Como a mãe deles teve uma filha há sete meses, a
Margarida, de repente foram invadidos por três irmãs… Por isso, o Tomás diz que agora já chega de irmãos. Francamente, acho que todos nós temos feito um trabalho fantástico nesta reestruturação familiar, incluindo a Patrícia e o marido,
Ricardo. Acho que os meus filhos estão equilibradíssimos e muito contentes. Acho que quem vai reagir pior vai ser a Matilde, porque está mais habituada a estar connosco sozinha em casa, a ser uma companheira da Bárbara, que brinca com ela como se também tivesse quatro anos. Portanto, a Matilde é que se vai ter que adaptar a uma nova realidade, a um novo ser.
Bárbara – Ela vai-se ressentir, mas tenho tentado convencê-la de que ela será a minha ajudante, de maneira que ela não pense que vem aí alguém que lhe vai retirar o lugar, mas sim algum do meu tempo, e que contarei com a ajuda dela.
– Vocês têm uma relação muito especial, não é?
– Temos uma relação de amor/ódio, chocamos imenso, porque a Matilde é muito parecida comigo. Somos do mesmo signo, é teimosa… é igual a mim! Às vezes olho para ela e penso: eu não faria de maneira diferente. Ela tem uma personalidade forte.
Nuno – A minha sogra costuma dizer para a Bárbara: só estás a ter aquilo que mereces! [risos] Isto porque a Bárbara também não foi uma filha fácil…
– Como tem corrido esta segunda gravidez?
Bárbara – O Nuno responde.
Nuno – Muito pior do que com a Matilde! Além dos enjoos, que não teve na primeira gravidez, ficou com um feitio… apurado. Agora melhorou um pouco, mas esteve impossível.
– Além dos enjoos e do mau feitio, tem sido uma gravidez tranquila?
Bárbara – Essa fase teve que ver com a alteração hormonal, mas já está a passar. De resto, tem corrido tudo bem. Por isso, tenciono trabalhar até ao final da gravidez, pois a minha empresa, a MasterPromo, tem crescido muito nos últimos meses.
– Com o final do programa
Contacto, a sua carreira, Nuno, volta a estar em fase de viragem…
Nuno – Sim. O
Contacto terminou ao fim de três anos e meio, e acho que terminou no tempo certo. Agora são-me colocados novos desafios pela SIC. Esta nova direcção colocou-me numa situação muito mais confortável, com um contrato de exclusividade – quando até Janeiro trabalhava com recibos verdes -, mas com maior responsabilidade. Neste momento estou a fazer o SIC ao Vivo, que termina a 4 de Setembro, e a partir daí deverei estar envolvido em projectos que têm muito mais que ver com aquilo que quero fazer em televisão.
– Até lá, vai estar um mês afastado da família…
– A Bárbara está furiosa comigo, mas eu virei passar os fins-de-semana a casa. Além disso, não fico preocupado, porque sei que ela vai estar acompanhada pela família, que é fantástica.
– O facto de manter uma relação de amizade com a sua ex-mulher também deve facilitar a organização familiar…
– A Patrícia é minha grande amiga, sempre foi e continuará a ser. Além disso, tenho a sorte de ter uma mulher, e ela um marido, que compreendem isso. Educadamente, e cada vez com maior proximidade, também eles vão tratando de problemas que têm que ver com o Gonçalo e o Tomás. E a mais-valia disto tudo é, por exemplo, ter os professores de ambos a garantir-nos que não se nota nem no seu comportamento nem nos resultados escolares qualquer desvio ou trauma por serem filhos de pais separados. Quando estamos nas reuniões de pais – às quais vamos sempre juntos -, os professores dão-nos os parabéns e referem-se ao nosso caso quando falam com outros pais. Isto acontece também porque os meus filhos percebem que a mãe e o pai viveram dez anos juntos, que hoje se respeitam e têm uma profunda amizade, e que eles são apoiados pelos pais, mas também pelo Ricardo e pela Bárbara. E quando há dúvidas na família, chegamos a conversar todos, auscultamos a opinião uns dos outros e, em última instância, resolvemos as coisas a quatro.