Mathilde Stilwell, de 28 anos, é uma mulher que gosta de desafios. Precisa de se sentir tranquila, mas não vive sem estar em permanente mudança. Talvez seja esta sua necessidade de ter sempre experiências novas que a leva a fazer tantas coisas ao mesmo tempo. Relações-públicas, cavaleira, manequim, Mathilde consegue fazer tudo… e bem. Este empenho na sua vida profissional tem-lhe trazido várias alegrias, mas tem também exigido que abdique de alguns projectos pessoais.
A 2 de Junho de 2007, Mathilde casou-se com
Eurico Paes. O casamento, que parecia feliz, acabou passado um ano. Optimista, a manequim tem vontade de reencontrar um novo amor e de realizar um dos seus maiores sonhos: ser mãe.
Foi no Algarve, onde esteve durante um mês a trabalhar como relações-públicas no Faces Beach Club, em Vilamoura, que a manequim partilhou com a CARAS como é que tem vivido todas estas mudanças, mantendo o lema de que os sonhos continuam ali, sempre ao seu alcance.
– Entre as relações-públicas, o hipismo e a moda, como é que consegue conciliar tudo?
Mathilde – É complicado. Tenho estado um bocado parada na moda. Tenho é feito mais publicidade e fiz alguns
workshops de acting, para ver se enveredo por uma vertente mais de actriz. Mas por muitos projectos que tenha, não deixo os cavalos. São uma paixão! E este projecto como relações-públicas correu bem e até já tenho propostas nesta área em Lisboa.
– Mas quer que o seu futuro passe pela representação?
– Sim. Adorava ser actriz. Sempre foi uma coisa que quis, mas por motivos pessoais acabei sempre por não o fazer. Se tiver jeito e se as pessoas virem que vale a pena, vou apostar. Mas se não tiver jeito, prefiro que as pessoas me digam logo, para não andar a fazer figuras. Também não quero ficar conotada apenas como uma cara bonita. Tenho de ter talento e tem de valer a pena.
– É uma pessoa que precisa de fazer muitas coisas ao mesmo tempo para se sentir realizada?
– Preciso de desafios. Daí as minhas competições com os cavalos. E ser relações-públicas foi um desafio, sobretudo neste projecto. Gosto de me superar a mim mesma.
– Para este projecto de relações-públicas abdicou, durante um mês, da sua vida pessoal. Não lhe custa viver só para o trabalho?
– Já fiz isso muitas vezes com os cavalos. No fundo, a minha vida tem sido abdicar um bocadinho daquilo que é pessoal em prol do meu trabalho e dos meus projectos. E as pessoas que estão à minha volta compreendem e apoiam-me.
– Disse que é uma pessoa de desafios. Como é que lida com os erros e com aquilo que não corre conforme as suas expectativas?
– Não lido muito bem com as falhas, sobretudo quando sinto que não fiz tudo aquilo que podia para que as coisas corressem bem. Fico chateada comigo mesma. Odeio falhar. Mas consigo admitir que falho. Costumo dizer que sou a minha pior crítica. E aprendo com os erros. Tento não os cometer sucessivamente. Eles servem é para aprendermos e fazermos melhor.
– Para além de ser competitiva, que mais se pode dizer sobre si?
– Não gosto nada de falar sobre mim… Sou tanta coisa. Sou uma pessoa que adora estar com os amigos, adoro comunicar, relacionar-me. Gosto de me divertir, de rir e de ver as outras pessoas rir. Sou orgulhosa, feliz ou infelizmente. Sei que tenho esse defeito. E sou uma pessoa que está constantemente à procura de algo. Sou uma permanente insatisfeita. Estou sempre em mudança. Gosto da minha tranquilidade e da minha paz, mas gosto de vez em quando de pôr a minha vida de pernas para o ar e mudar. Então, nestes últimos cinco anos, é o que mais tenho feito, em vários campos!
– E nos últimos dois, casou-se e separou-se…
– Casei-me, separei-me e já me divorciei. Estivemos um ano e uma semana juntos… Não me arrependo. Acho que as pessoas, quando se juntam, fazem-no por um motivo, e quando se separam, também é por alguma razão. Acho que devemos procurar a nossa felicidade. E se isso não passa por estar com aquela pessoa, nem uma nem a outra têm o direito de fazer o companheiro infeliz.
– Pode dizer-se que o casamento não se encaixava nessa sua necessidade de estar em permanente mudança?
– No meio desta mudança, preciso de ter a minha estabilidade e de alguém que esteja ao meu lado e que me apoie. Mas, infelizmente, as coisas não resultaram comigo e com o Eurico. Provavelmente não éramos a pessoa certa uma para a outra.
– E continuam amigos?
– Continuamos amigos, falamo-nos sempre que nos vemos e queremos o melhor um para o outro, graças a Deus. Se não quiséssemos, talvez ainda estivéssemos juntos.
– Foi um acto de coragem separar-se após um ano de casamento?
– Foi, porque é uma coisa sempre complicada a nível da sociedade, da família. Ainda estivemos muito tempo separados, só ao fim de quase um ano de estarmos separados é que decidimos tratar dos papéis… E a vida continua. Há outras pessoas e projectos.
– Ainda acredita no casamento e continua com vontade de ser mãe?
– Acredito no casamento e das coisas que mais quero é ser mãe antes dos 30. Gostava, quando os meus filhos fossem mais velhos, de ainda ter a energia para os acompanhar. Ainda não aconteceu, mas nunca se sabe o dia de amanhã. Tenho sempre esperança de ser feliz.
– Já encontrou a pessoa certa para isso?
– Ainda não. [risos] Mas estou tranquila.
– Mas apaixonar-se é uma prioridade? Ou o trabalho é mais importante neste momento?
– Acho que nem uma nem outra. Cada coisa a seu tempo. Se aparecer, apareceu. Vou continuar a fazer o meu trabalho. Se, entretanto, me apaixonar, óptimo. Apaixonarmo-nos é sempre uma coisa boa, porque transforma tudo à nossa volta. Consigo estar sozinha, mas não é uma coisa de que se goste. Às vezes sentimos aquela solidão… Chegar a casa e vê-la vazia às vezes pode ser deprimente. Mas não é por aí que o mundo acaba.