Pedro Alte da Veiga, de 36 anos, tinha uma vida estável como arquitecto ao lado da mulher,
Sofia, de 31, e do filho, Salvador, de quatro anos, em Lisboa. Contudo, um desafio do cunhado,
Luís Ahrens Teixeira, fê-lo mudar completamente de vida. Foi há cerca de cinco anos que os dois e mais alguns sócios começaram a projectar aquele que é hoje o Herdade da Cortesia Hotel, em Aviz. O arquitecto começou a desenhar este projecto e aos poucos as viagens para Aviz foram-se tornando mais frequentes. Com a inauguração da unidade hoteleira, o que implicou que Pedro se dedicasse a tempo inteiro ao projecto, o casal trocou a estabilidade de Lisboa pela aventura do Alentejo.
Foi sobre esta nova vida que estão a construir juntos que a CARAS falou com Pedro e Sofia durante um fim-de-semana marcado pela tranquilidade do Alentejo.
– Foi fácil tomar a decisão de trocar a arquitectura pela gestão hoteleira?
Pedro – Este projecto é muito aliciante, porque vêm para cá pessoas muito interessantes. Quando disse aos meus amigos que vinha para Aviz, eles defenderam que eu não estava a ver bem as coisas, e que aqui não se passava nada. E é o contrário. Aqui, o mundo vem ter connosco, porque recebemos atletas que vêm de vários pontos do globo. E não estou nada arrependido dessa decisão. A ideia agora é conciliar isto com a arquitectura, fazendo apenas os trabalhos que quero.
– E estão a gostar de viver em pleno Alentejo?
– Sempre disse que não queria passar o resto dos meus dias em Lisboa. Aqui temos uma qualidade de vida muito diferente, vale mesmo a pena.
Sofia – O Pedro veio para cá primeiro e só depois é que eu e o Salvador viemos. Era muito complicado estarmos em Lisboa sem o Pedro, porque sempre precisei do apoio dele. E com o avançar do projecto, começámos a questionar a possibilidade de virmos para cá. E viemos. Continuo a trabalhar para a minha empresa e o meu filho está completamente integrado. Agora, já nem quero voltar para Lisboa.
Pedro – Aqui, o meu filho pode brincar com os cavalos, com as galinhas, andar de bicicleta à vontade…
– E o dia-a-dia também acaba por se centrar mais facilmente na família…
Sofia – Sem dúvida. Aqui estou efectivamente com o meu filho. As horas que perdia antes no trânsito, agora passo-as com ele. Claro que em termos familiares ainda estamos numa fase experimental, porque temos vivido muito para o hotel e ainda não temos a nossa casa pronta.
Pedro – Quando a nossa casa estiver pronta, teremos com certeza outro sentimento de pertença.
– A Sofia deixou todos os seus hábitos em Lisboa para acompanhar o Pedro neste projecto. Concorda que foi uma grande prova de companheirismo da parte dela?
– Sem dúvida que sim. Eu decidi que queria casar-me com a Sofia quando, na altura, se pôs a hipótese de eu ir trabalhar para Moçambique e ela disse que largava tudo para ir comigo. Acabámos por não ir, mas penso que desde essa altura nos ficou o bichinho de mudar de vida. A Sofia é uma grande companheira e a decisão de vir comigo foi uma prova de amor.
Sofia – O nosso lema é ter a família junta. É o nosso pilar. Eu não sou muito aventureira, mas ao lado do meu marido consigo arriscar. Temos uma grande cumplicidade.