Depois de ter estado no Porto com o musical Música no Coração,
Carlos Quintas voltou com A Gaiola das Loucas, também de
Filipe La Féria, e diz que na Invicta se sente "
de férias". A dias de regressar a casa – agora que a peça vai estrear no Teatro Politeama -, o actor, que conta já com 34 anos de carreira, falou à CARAS de como foram estes meses que o obrigaram a ficar longe do filho,
Hugo Miguel, de 33 anos, e do neto,
Bernardo, de 16.
– Como foi mais uma adaptação ao Porto?
Carlos Quintas – Já faço este percurso há muitos anos e estou habituado. A primeira vez que vim cá foi em 1975, com o Gospel, e continua a ser obrigatório trazer o teatro ao Porto, porque somos recebidos de uma forma extraordinária e eufórica.
– Em 34 anos de carreira, já se habituou a uma vida itinerante?
– Costumo dizer que vir ao Porto são as minhas férias. Como só temos períodos de descanso entre as peças, quando saio de casa são férias.
– Mas agora que a estada no Porto terminou, não está feliz por regressar a Lisboa?
– Claro! Foram sete meses fora de casa e tenho saudades das minhas coisas, de ver os meus amigos e de estar mais próximo do meu filho e do meu neto. Desejo voltar a casa e que o público de Lisboa veja esta peça, porque acho que vai ser um tremendo sucesso, ainda maior do que no Porto.
– Em teatro já interpretou personagens bastante machistas, mas em A Gaiola das Loucas é homossexual. Como reagiu quando lhe atribuíram a personagem do Armando del Carlo?
– Foi um desafio muito grande e uma mudança radical. Obrigou-me a um estudo cuidado, para não cair no exagero. Estes papéis têm sempre uma mensagem e é nossa obrigação dignificar estes assuntos. Caso contrário, continuamos a ver de forma negativa as opções sexuais das pessoas.
– Como é que o seu filho e o seu neto reagiram ao vê-lo neste papel?
– O meu filho veio à estreia e adorou! Para o Hugo, eu sou o maior. [risos] Ele é o meu fã n.º 1! O meu neto ainda não viu, por causa da escola, verá em Lisboa. Vai ser uma grande surpresa para ele.
– Já pensou em dar aulas, passar o seu conhecimento e experiência à nova geração?
– Faz parte dos meus planos. Estreei-me há pouco tempo como encenador, em Marlene, protagonizada por
Simone de Oliveira, e foi uma experiência muito boa, que gostava de continuar. Aliás, em miúdo, quando me perguntavam o que queria ser quando crescesse, respondia sempre artista ou professor. Estou no bom caminho…
– Que balanço faz de 34 anos de carreira?
– Comecei como cantor e como actor e, quando tive de optar, escolhi o teatro. Felizmente, com os musicais, hoje tenho a sorte de poder juntar as minhas duas paixões. São 34 anos bastante positivos, em que não me arrependo de nada do que fiz até hoje.