O diretor de Programas da SIC,
Nuno Santos, e a mulher, a jornalista
Andreia Vale, aproveitaram um fim de semana para descansar em família, no Algarve. Com eles estava o filho,
Pedro, que completa dois anos dia 27 de setembro, e também
Afonso, de sete anos, fruto do casamento anterior de Andreia. Nuno Santos, que descobriu o prazer da paternidade aos 40, está verdadeiramente enternecido com o crescimento do filho. O bebé começa agora a articular as primeiras frases, ao mesmo tempo que pai e mãe vão anotando todos os seus progressos, em jeito de diário. O casal confessa que gostaria de ter mais filhos, apesar de isso não estar nos seus planos imediatos.
– Nas suas férias, reservou alguns dias para estar só com a sua mulher. Esse é o segredo de uma boa relação?
Nuno Santos – É difícil elaborar grandes teses sobre isso. Mas sabe bem. Os dias com os miúdos são muito intensos. Uns dias a sós é bom.
Andreia Vale – Claro que é muito importante termos estes momentos, até porque temos duas crianças em casa. O Afonso nem sempre está connosco – está semana sim, semana não – , mas ambos trabalhamos, estamos fora de casa o dia todo, por isso, os fins de semana e as férias são totalmente aproveitados.
– Sendo ambos profissionais de televisão, conseguem desligar do trabalho?
Nuno Santos – Fazemos um esforço, se calhar até inconsciente, para não falar muito de trabalho. Numas alturas é mais fácil do que noutras, este ano, por exemplo, conseguimos. A Andreia apoia-me, mas ela faz questão de não confundir os planos.
– Consegue mesmo não atender telefonemas de trabalho?
– Não. Não consigo nem acho que deva ser assim, pelo contrário. Quem tem as responsabilidades que eu tenho tem de estar contactável e disponível. O que procuro é não fazer disso nenhum drama. Se está na hora de dar um mergulho, não fico a pensar se o telefone toca! Por regra combino determinadas horas para me ligarem, ou para eu ligar.
– É muito crítico do trabalho da sua mulher?
– Sou um espetador atento. Digo-lhe o que penso e ajudo-a, se ela me pedir ajuda, e peço-lhe o mesmo.
– Estiveram de férias, agora vieram de fim de semana para o Algarve… Estas pequenas escapadelas no verão são um hábito?
– No verão e não só. Uma das coisas de que tenho pena é de não conseguir sair mais vezes de Lisboa. Estava até a pensar como é que nunca tinha vindo a esta zona do Algarve, que não conhecia… Sair de Lisboa é importante para quebrar rotinas. A partir da primavera gosto de o fazer.
– Quando saem à noite, como aconteceu ontem, que estiveram no Manta Beach Club, custa-vos deixar as crianças?
– Numa circunstância como a de uma saída noturna, somos absolutamente descontraídos. Faz parte da nossa vida e da vida deles. Total descontração, com responsabilidade, como é evidente. É preciso perceber com quem ficam. Ontem ficaram com uma
baby sitter, mas a norma é ficarem com amigos ou com familiares. Na semana em que estivemos fora, soube muito bem, foi ótimo, mas tínhamos muitas saudades deles. São idades muito engraçadas, sobretudo a do Pedro, porque ele surpreende-nos todos os dias. Agora está a começar a falar e tem, para já, um dialeto muito próprio…
– Como é que está a viver a experiência de ser pai?
– Está a ser a experiência mais intensa da minha vida. É difícil encontrar palavras para a descrever. Se estou mais algum tempo longe do meu filho, sinto imenso a falta dele! É uma criança muito simpática.
– E como é a sua relação com o Afonso?
– É boa. O Afonso, felizmente para ele, tem um pai muito presente, com quem tem uma relação ótima. Isso é um facto. Mas nós damo-nos bastante bem e gosto de acompanhar o crescimento dele. O Afonso está numa fase em que vibra imenso com o futebol, joga nas escolinhas do Benfica, e falamos muito sobre o assunto, acho que já conhece mais jogadores do que eu… [risos] Ele tem um tio portista e, no outro dia, quando houve o Benfica-Porto, mandou-lhe um
email. Era quase uma crónica do jogo. Tinha um texto que achei muito curioso.
– Se calhar vamos ter aqui um jornalista de desporto…
– Não sei… O futuro deles preocupa-me, mas cada coisa a seu tempo. Antes dessa fase, o que é importante é passarmos-lhes um conjunto de valores, tentarmos que eles tenham disciplina, que sejam sérios e rigorosos em tudo o que fazem, mas também que se divirtam. Que sejam crianças! As crianças não devem crescer antes do tempo.
– Em relação ao Pedro, o que é que, até agora, o emocionou mais ver o seu filho fazer?
– Há muitos momentos. A Andreia tem o bom hábito – fez isso com o Afonso – de anotar as coisas que ele vai fazendo de novo. Depois enquadramos isso com o que está a acontecer nas nossas vidas e até no mundo. É engraçado ir reler o que foi escrito há uns meses ou há um ano…
– Gostava de ter mais filhos?
– Penso nisso, mas sem ansiedade. Não está nos nossos planos imediatos.
Andreia Vale – Claro que ele gostava, eu também, mas para ter filhos não basta ter vontade. São precisas muitas outras coisas e não está nos planos. É preciso pensar antes de os ter. Temos de pensar nos que já temos, na nossa vida, e no que o futuro nos reserva.
– E a Andreia, gostaria de ter uma menina?
– Como é óbvio. Toda a gente da família gostaria, porque só nos saíram rapazes. Mas não vamos tentar ter uma filha só por causa disso. Estou bem assim. Não penso nisso, sequer, agora. Não me passa pela cabeça!
–
Os miúdos brincam mais consigo ou com a mãe?
Nuno Santos – Eles dão-se muito bem com a mãe. Isso costuma ser uma verdade em relação aos rapazes, e aqui está à vista, mas eu não me queixo. [risos]
– Uma última pergunta, de carácter profissional: a SIC precisa de um novo arranque?
– Numa fase em que se tem sentido uma crise de investimento publicitário, a SIC tem aguentado bem o impacto. Todos os diretores de programas querem ter as melhores pessoas, a melhor programação, mas também é preciso ter os pés na terra e perceber cada momento e cada circunstância.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.