Aos 30 anos,
Pedro Granger está a passar por uma das suas melhores fases a nível profissional. A apresentar o
reality show da TVI
A Casa dos Segredos, ao lado de
Júlia Pinheiro e
Leonor Poeiras, e com um novo projeto de representação entre mãos, o ator contou à CARAS como tem lidado com a fama, falou sobre o sucesso e revela como tem conseguido conciliar as tarefas profissionais com a vida pessoal. Confessou-nos ainda o que fez para correr atrás dos seus sonhos, destaque para a formação que procurou ter, nomeadamente durante os dois anos e meio em que viveu em Nova Iorque e que marcaram um ponto de viragem na sua vida.
– Há uns anos imaginava este sucesso, toda esta exposição pública?
Pedro Granger – O sucesso é relativo. Eu comecei há uns anos, quando o mercado não tinha a dimensão que tem hoje. No que diz respeito à área em que me insiro, a TVI não tinha ficção nacional, a SIC tinha muito pouca, e a RTP tinha, mais ou menos, duas novelas e uma série por ano. Eu estava a estudar Direito na Universidade Nova de Lisboa, e a representação foi uma opção de algum risco. Fui atrás daquilo que achava que era a minha vocação, pelo menos aquilo que gostava de fazer, que era representar.
– Foi uma oportunidade que apareceu aliada a um sonho de vida?
– Sim, foi um risco que decidi correr, embora considerando que, se corresse mal, poderia sempre voltar a estudar. Aliás, se visse que não se estava a realizar, teria recuado na minha decisão. Queria que as coisas corressem bem, acho que não me posso queixar. Às vezes, umas coisas correm melhor e outras pior, mas acho que, ao longo destes 11 anos de trabalho, tenho conseguido fazer alguns bons projetos que me têm dado muito gozo profissional e pessoal, e isso é o mais importante.
– Sempre se imaginou a seguir o caminho da televisão?
– Achava que era uma realidade muito diferente da minha, quase inatingível, por ser um ciclo muito restrito… A
Ana Brito e Cunha quase me obrigou a ir ao meu primeiro
casting, [risos] o
Virgílio Castelo escolheu-me e, a partir daí, as coisas foram-se construindo.
–
Na novela
Sedução, vai interpretar pela primeira vez um vilão em televisão. Como está a ser a experiência?
– De facto, é a primeira vez que o faço em novela, pois já tinha feito vilões no cinema e no teatro. É uma experiência muito engraçada, porque a personagem que interpreto é um antagonista, é muito divertido. Como costumo dizer, é um ‘sacaninha muito fixe’. O
Rui Vilhena [autor da novela] chama-lhe ‘monstrinho’. [risos]
– Acha mais aliciante fazer de bom ou mau da fita?
– Não sei, ando há mais de dez anos em televisão, a morrer, a amar e a chorar, não necessariamente nesta ordem. De repente, é como ‘partir a loiça toda’.
– Em que se baseou para fazer esta personagem?
– Baseei-me em algumas pessoas com quem me cruzei ao longo da minha carreira. A minha personagem trabalha no mundo da televisão e, em todo o lado, existem boas e más pessoas, que parecem os melhores indivíduos e, no final, são as menos bem formadas. O Tiago é um alpinista social, não é nada daquilo que parece. Há pessoas muito baralhadas no que diz respeito aos valores e prioridades de vida e inspirei-me um pouco nelas.
– O Pedro tem algum aspeto em comum com o Tiago?
– Nós emprestamos sempre coisas, pois as personagens não são 100% planas. Eu dei-lhe um certo humor que é um bocado meu. Há aspetos meus que lá estão, como é óbvio, mas a essência da personagem não é minha. Mal de mim se isso acontecesse! [risos]
– Além das gravações da novela, está a co-apresentar
A Casa dos Segredos. Se fosse um desconhecido, entraria num programa com esse formato?
– Não sei se conseguiria, gosto mais de estar deste lado, a apresentar, e a observar o que se passa lá dentro. Na minha vida, sou uma pessoa que gosta muito de mudar de projetos e não consigo estar muito tempo no mesmo sítio. Esta ideia de estar três meses fechado entre quatro paredes, não sei se, sinceramente, teria capacidade para isso.
– E como é a sua relação com as duas apresentadoras do programa?
– É ótima. Com a Júlia já tinha trabalhado, é uma pessoa que me tem ajudado imenso e, acima de tudo, quer que as coisas corram bem. Eu e a Leonor somos amigos há muito tempo e sempre tivemos o desejo de trabalhar juntos. Tem sido muito divertido. O cansaço pode existir, mas quando gostamos do que fazemos e das pessoas com quem trabalhamos, é tudo mais fácil. Acabo por me sentir um privilegiado!
– Com tantos projetos profissionais, consegue ter tempo para a vida pessoal?
– Agora não tenho tido tempo nenhum. Com a apresentação e a representação ao mesmo tempo, é difícil conciliar. Fiz a opção do trabalho, no sentido de que sei que não vou ter tempo para outras coisas. É importante variar nos tipos de trabalho no que diz respeito à representação, mas também na apresentação, que é das coisas que mais gosto de fazer. Gosto de intercalar os períodos de trabalho mais intensos com outros mais folgados, também para dedicar tempo à família e aos amigos, e, sobretudo, para apostar na formação e reciclagem profissional.
–
O que gosta de fazer nos tempos livres?– Quais tempos livres?! Agora não tenho! [risos] Mas gosto de viajar, ir à praia, ir ao ginásio. Gosto de estar com os amigos, ir ao cinema e ao teatro. Gosto de escrever e de tocar guitarra.
– Mas consegue ter tempo para a família e os amigos?
– Isso sim, o senhor
Bell inventou aquela coisa maravilhosa que é o telefone, que nos tem ajudado. Mas é verdade que não dá para estar tão presente.
– É atento às novas tendências da moda?– Não tenho a paranoia da moda. Nessas coisas sou muito prático, não sou dependente em relação a isso.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.