Um ano depois de ter sido mãe,
Cláudia Vieira tem muito o que comemorar: já perdeu todos os quilos extra que ganhou com a gravidez e está em plena forma; a filha,
Maria, cresce saudável e feliz; e a relação de seis anos com o ator
Pedro Teixeira ganhou ainda mais sentido e fortaleceu a vontade de se casarem. Em breve, Cláudia regressará à atividade de que mais gosta, representar. Um desafio exigente que obriga a atriz, de 31 anos, a fazer algumas mudanças na sua vida.
– Ter um filho muda a vida. E na sua carreira, o que mudou com o nascimento da Maria?
Cláudia Vieira – Muda a nossa vida de uma forma natural, as nossas prioridades alteram-se de um momento para o outro de forma automática. É uma dedicação sem limites a um novo ser que depende de nós. Em relação à minha carreira, não sinto que tenha mudado muito, continuo a querer fazer trabalhos novos que representem um bom desafio e me ponham à prova.
– Mas está feliz por voltar à representação?
– Sim, muito. É um regresso às origens. Tenho sede de representar, tenho saudades de estar em contacto com o público de uma forma diferente. Preciso de deixar a Cláudia descansar um pouco e dar vida a outras vidas, a outras histórias e emoções… Sinto que a representação é a minha casa, o meu
habitat natural.
– Já começou a preparar-se?
– Para já, estou a organizar a minha vida familiar para poder focar-me plenamente no novo projeto.
– Fazer ficção em televisão é muito exigente. Tem uma estrutura de apoios preparada para que esse impacto não afete a sua vida familiar?
– Sim, sem dúvida! Conto com a ajuda preciosa do Pedro, sem ele não conseguiria de maneira nenhuma estar com projetos tão absorventes. Somos uma grande equipa! Depois, vem a restante família. São incansáveis e estão sempre prontos e disponíveis para estar com a Maria e para fazerem viagens de trabalho comigo, o que tem sido fundamental. Além disso, há a equipa com quem trabalho, que me permite gerir os horários. Acho que a Maria ganhou muitos ‘tios’ e ‘tias’, o que é maravilhoso.
– Tende a selecionar as hipóteses de trabalho de forma a estar mais perto da Maria?
– É obvio que neste momento analiso muito melhor todas as propostas de trabalho. Contudo, creio que tudo na vida é conciliável e com esforço conseguimos estar presentes para as pessoas mais importantes das nossas vidas.
– A sua vida gira agora mais em torno da sua filha?
– Sinto que o conceito de família tem um novo significado para mim e que adoro passar todo o tempo livre que tenho com a Maria. Sou viciada nela.
– De que forma o papel de mãe a alterou como mulher?
– Neste momento, sinto-me plenamente realizada enquanto mulher. É muito complicado explicar o que se sente, só mesmo passando por todo este maravilhoso processo.
– Já está cansada de tanto lhe perguntarem quando é que se casa?
– Não. Acho natural que as pessoas estejam à espera que isso aconteça, uma vez que namoramos há muito tempo e temos uma filha.
– E não sente necessidade de formalizar a vossa união?
– Como qualquer mulher, é óbvio que gostaria de me casar um dia, mas não me sinto nada pressionada para que isso aconteça. A formalização tem de acontecer naturalmente, quando tivermos disponibilidade para dizer o ‘sim’ na presença dos que são mais importantes para nós. Esse momento há de chegar.
– Que stresse impõe à vossa relação o facto de terem uma criança para cuidar?
– Não impõe stresse algum. O nascimento da Maria só veio unir-nos ainda mais e mostrou-nos que nos complementamos em mais aspetos dos que imaginávamos. Somos pais muito práticos e queremos incutir essa característica na nossa filha. Tem sido maravilhoso!
– Quem viu a Cláudia na edição de aniversário da revista
GQ dificilmente diria que foi mãe há menos de um ano. Qual é o seu segredo para uma recuperação tão rápida?
– A recuperação está muito relacionada com o estilo de vida que sempre levei. Adoro atividades ao ar livre: corro com o meu cão, faço ginástica, tento fazer uma alimentação equilibrada… Tudo isto advém do estilo de vida que levei enquanto criança. Como cresci numa quinta, sempre fui habituada a atividades ao ar livre e a vê-las como lazer e não como exercício físico.
– Não acredito que não tenha um segredo de beleza…
– O meu segredo de beleza é ser feliz. É engraçado que as pessoas que me são mais próximas me gabam esse facto: eu sou uma pessoa genuinamente feliz e positiva e sabe-me bem ouvir isso.
– E também é vaidosa? Gosta de moda, de se produzir?
– Gosto de roupa, mas não condiciono a minha forma de vestir em função das tendências. No dia-a-dia calço ténis, mas se tenho uma festa também adoro maquilhar-me e pôr saltos altos.
– O facto de ser vista como uma mulher bonita alguma vez lhe dificultou a tarefa de acreditar no seu talento?
– Sempre tive noção do meu valor, sempre me senti uma lutadora. Trabalho desde muito nova, sou ambiciosa, mas não a qualquer custo. É claro que é muito bom para o ego sentir que as pessoas nos acham bonitas, contudo, sempre concentrei a minha energia em tentar ser a melhor profissional possível a nível de representação e, mais recentemente, enquanto apresentadora.
– Ainda não apresentou a sua filha publicamente. Isso irá acontecer um dia?
– Acho que não tenho o direito de tornar a Maria uma figura pública. Preciso que seja a minha filha a dizer-me, um dia, se se incomoda com a exposição pública ou não. Quero, acima de tudo, respeitar as suas escolhas na vida e procurar que seja o mais feliz possível. No entanto, tenho sempre muito gosto em apresentá-la às pessoas que se vão cruzando connosco na rua.
– A Cláudia cresceu numa quinta. Como é que gostava que a Maria crescesse?
– Adorava que a Maria tivesse esse tipo de experiência. Adoro passear com ela em jardins e na praia… E também quero passar momentos com ela no campo. Não quero criar a Maria entre apartamentos e centros comerciais.
– A Cláudia tem um irmão e uma irmã. Também gostava que a sua filha tivesse irmãos?
– Sim, quero voltar a ser mãe, gostava que a Maria tivesse pelo menos um irmão.
– Quais são as suas preocupações?
– Perder algum dos meus.
– E os seus objetivos de vida?
– Continuar a ser feliz com a minha família e voltar a representar, que é, sem dúvida, a minha grande paixão a nível profissional. E nunca perder, em fase alguma, esses mesmos objetivos de vida, mesmo aos 80 anos.
– Quais foram as lições mais importantes que a vida lhe ensinou nos últimos tempos?
– Aprendi que conseguimos concretizar os nossos sonhos e desejos e que isso exige muita dedicação, alegrias e dissabores.
*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.