Andreia Dinis fica embevecida quando que fala da filha,
Flor, que nasceu há seis meses. Para a atriz, ser mãe é mesmo a melhor coisa do mundo e é nesse papel que se sente realizada. Numa conversa descontraída, Andreia contou como o nascimento da bebé veio fortalecer a sua relação com o namorado,
Daniel Teixeira, a quem não poupa elogios e que diz ser
"o melhor pai do mundo". A atriz também se mostrou despreocupada quanto à recuperação da sua silhueta. A prioridade, afirma, é cuidar da sua Flor.
– Ser mãe é aquilo que esperava?
Andreia Dinis – Ser mãe é a melhor coisa do mundo. É um cliché, mas é verdadeiro. A partir do momento em que fui mãe, senti-me uma verdadeira Mulher, com M maiúsculo. Sinto-me mais completa. A Flor veio mudar a minha vida. Tive os nove meses de preparação, como é óbvio, mas quando ela nasceu, o meu mundo ficou virado do avesso.
– Não estava preparada?
– Nunca se está verdadeiramente preparado, porque a mudança é muito grande. Ela virou o meu mundo do avesso, mas, ao mesmo tempo, o mundo nunca fez tanto sentido. A partir daí passa-se a ser uma verdadeira família, passa-se a ter verdadeiramente a noção da imensidão que é ser mulher e gerar um ser e cuidar dele… é maravilhoso. Às vezes é um bocadinho assustador, porque a responsabilidade é monstruosa, mas é o melhor do mundo.
– Só com o nascimento da Flor é que sentiu que passaram a ser uma verdadeira família?
– Porque ela é a união dos dois. Ela veio fortalecer a nossa relação. Já tínhamos ouvido vários casos e as pessoas diziam-nos:
"Atenção, quando o bebé vier, não se descurem enquanto casal, porque o nascimento de um filho às vezes acaba por afastar em vez de aproximar." Isso depende de cada casal, porque eu sinto um amor ainda maior pelo Daniel hoje em dia.
– Não sofreram, então, esse suposto afastamento…
– Não. O Daniel é muito presente e tenho a sorte de poder dizer que é o melhor pai do mundo. Cuidar da nossa bebé é uma tarefa a dois. Não há aquela coisa de o peso estar todo do lado da mãe e ele queixar-se de que não lhe dou atenção. Porque é óbvio que a mulher não pode dar atenção ao marido se o esforço estiver todo do lado dela, para não falar também do esforço psíquico, o cansaço, as horas sem dormir, a insegurança… No nosso caso isso não foi sentido. Como é óbvio, nos primeiros três meses foi duro, andámos a dormir em pé, com menos paciência. Claro que temos muito menos tempo um para o outro, mas continuamos a ter os nossos momentos a dois. Até porque agora a Flor já tem a sua rotina, às oito, nove da noite já está na cama e temos esse serão só para os dois, a namorar um bocadinho, a ver um filme…
– Também não sentiu a tal depressão pós-parto?
– Andei muito mais cansada, com muito menos paciência, com as hormonas alteradas, mais sensível, mas tenho uma ajuda maravilhosa do Daniel que me ajuda a ultrapassar tudo. E ele continua a mimar-me muito. Se eu estou a tratar da bebé, ele trata do jantar, se está ele com ela, diz-me para ir descansar…
– Sente que o nascimento da Flor a fez perder um pouco da sua individualidade?
– Não. Acho que há espaço para tudo, para ser a Andreia mãe, a Andreia atriz, a Andreia mulher. Até porque nesta fase o meu gozo maior é ser vista como a Andreia mãe.
– Quando engravidou disse que foi uma surpresa. Não queria ser mãe?
– Queria muito ser mãe, não queria era que fosse para já. O casamento não estava nos nossos planos, mas sermos pais, sim. Agora, apanhou-nos de surpresa, nós tínhamos planeado para o fim do ano, porque a nível profissional já tinha coisas previstas, mesmo a nível pessoal havia coisas que queríamos preparar antes, como uma nova casa. Mas acho que, às vezes, as coisas acontecem na altura certa mesmo sem nós acharmos que o é.
– Entretanto, parece já ter recuperado a boa forma física…
– Ainda não. Apanhei aqueles primeiros meses de enjoo e nos meses seguintes tive imenso calor em que quase não tinha apetite. Então, engordei apenas 9 quilos. E claro que isso contribuiu para ser mais fácil perder peso. Mas uma coisa é voltar ao peso que tinha, outra é ao corpo que tinha. E não há milagres! A ausência de ginásio, de tratamentos e afins vê-se. Agora que a Flor já é maiorzinha, tenho de começar a fazer alguma coisa, porque ainda não fiz nada. O problema é a tonicidade muscular que tinha e agora tenho muito menos. E isso tem de ser trabalhado. A gravidez alterou o meu corpo. Mas tenho a certeza de que, se já tivesse feito um pouco de exercício, estaria em forma.
– Porque é que ainda não fez exercício?
– Porque não a quero deixar, quero aproveitar todos os bocadinhos com ela. E vou sempre adiando a minha ida ao ginásio… Eu sei que a imagem é sempre importante, mas em televisão ou na moda as pessoas são sempre um pouco mais cruéis e criticam a nossa figura. Por isso, acabamos por sentir um peso maior no sentido de recuperar a forma, mas não é nada que me tire o sono e primeiro está a minha filha. A minha recuperação é feita a seu tempo.
– Quando volta ao trabalho?
– Quando o novo projeto da SIC arrancar. Os
timings têm sido adiados. Será possivelmente para junho. É uma novela, mas não sei detalhes.
– E está ansiosa por voltar ou não quer deixar a Flor?
– É um misto. Por um lado, tenho imensa vontade de voltar ao meu trabalho, de representar, que é algo que me dá imenso gozo. Por outro, fico com o coração apertado, porque tenho receio de ter dificuldade em gerir os horários, não sei como vai ser estar longe dela. Porque nesta profissão não há horários certos, tão depressa tenho dias em que trabalho muito pouco como tenho outros em que estou 12 horas a gravar. Mas acho que a produção vai ser sensível a jovens mães (risos) e fazer com que o ritmo diário não seja tão intenso. De outra forma será muito complicado. Chegamos a casa, mas o nosso trabalho não acabou, temos de preparar os texto que vamos gravar no dia a seguir e fazer tudo o resto que tem de se fazer em casa e, principalmente, ter tempo para a bebé.
– E em relação ao casamento?
– Não está nos planos. Nós somos casados sem papel passado. Somos casados de sentimento e temos agora a maior ligação que dois seres humanos podem ter, que é um filho em comum. Gostava de me casar um dia, mas não é algo essencial ou que me vá fazer mais feliz. Não sei se vai acontecer, mas não temos planos nesse sentido.