A dias de comemorar 103 anos – a 11 de dezembro –, Manoel de Oliveira recebeu o doutoramento Honoris Causa da Universidade Portucalense e viu ser criada, pela primeira vez, uma cátedra com o seu nome: a Cátedra Manoel de Oliveira de Cultura e Criatividade. Com as atenções concentradas em si, o realizador declarou: “O meu ofício é o cinema e fico orgulhoso quando é reconhecido. Ainda para mais por ser na minha cidade.” Depois, este apaixonado pela arte em que trabalha há 80 anos, defendeu: “É uma invenção extraordinária, a que mais se aproxima da vida. Alguém disse, certa vez, que o cinema é o espelho da vida e não posso deixar de lhe dar razão.”
Ativo e cheio de projetos, o mestre aproveitou ainda para falar da sua mais recente obra, O Gebo e a Sombra, uma adaptação de um conto de Raul Brandão. Crítico em relação à falta de apoios estatais, o mais antigo realizador do mundo em atividade concluiu: “Ajudar o cinema não é nenhum favor. É uma obrigação. Na Grécia Antiga, o Estado pagava às pessoas para assistirem às peças. Fazia-o porque sabia que as artes contribuem para a formação do indivíduo.”
Manoel de Oliveira recebe doutoramento honoris causa
“O meu ofício é o cinema e fico orgulhoso quando é reconhecido”.
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