Assumidamente despreocupada com as rugas, Júlia Pinheiro, de 49 anos, não encara com a mesma tranquilidade a questão do peso. Por isso, e porque sempre que decidiu perder peso conseguiu fazê-lo com sucesso, decidiu entrar novamente em dieta. A preparar-se para entrar na década dos 50, vive também uma nova fase de romantismo junto do marido, Rui Pêgo, com quem está casada há quase 30 anos, já que os filhos de ambos – Rui, de 21 anos, e as gémeas Matilde e Carolina, de 18 – estão numa idade de grande independência.
Foi sobre tudo isto e também sobre o facto de há pouco mais de uma semana ter sido avó – de uma menina, Francisca, filha da sua enteada, Sofia – que conversámos com apresentadora de televisão e diretora de conteúdos da SIC.
– Por trabalhar em televisão é-lhe exigida uma determinada ‘perfeição física’. Como tem lidado com isso?
Júlia Pinheiro – Mal [risos]. Embora seja vaidosa, como qualquer mulher, não sou muito focada na minha própria imagem e houve uma determinada fase da minha vida em que me desliguei um pouco, já que tinha crianças à minha volta que precisavam de mim. Em resultado disso, ao longo dos anos não tenho sentido grandes ansiedades e acho que tenho envelhecido com serenidade. Agora, há uma coisa que é inevitável e visível, que é o aumento do peso com o passar dos anos, que tem sido muito difícil de controlar. Isso é de facto o que me preocupa mais, já que inibe uma série de coisas que têm a ver com o vestuário. Foi na fase em que apresentava galas para a TVI, quando tinha de usar vestidos de gala, que começou a minha luta contra o peso. Curiosamente, sempre que me empenho, corre bem e agora que estou quase a fazer 50 anos, achei que seria a altura certa.
– Por isso decidiu fazer dieta…
– Faço sempre dietas acompanhadas pelo Humberto Barbosa, na Clínica do Tempo, já que ele tem um plano exequível e que me anima muito por ter resultados. Já lá tinha estado há quatro ou cinco anos e correu muito bem, pois ao fim de três meses já tinha perdido oito ou nove quilos. Sempre que me dedico a estas práticas aprendo também a comer melhor e isso é uma questão de saúde.
– Em que consiste o plano que está a seguir agora?
– É um plano muito idêntico ao anterior… Comecei em março, com um tratamento de liposhaper, a chamada lipoaspiração não invasiva, que em mim tem um efeito fantástico, e após os três dias seguintes – durante os quais se ingere líquidos – comecei a dieta, que dura três meses e que consiste em grelhados, sopas, saladas, fugir às gorduras… o habitual. Ao almoço como carne ou peixe grelhados e à noite tem de ser sopa, queijo fresco ou fruta. Sigo mais ou menos isso, à sexta-feira é o dia da loucura, o que me dá uma grande alegria [risos]. Faço ainda alguns tratamento na clínica, que ajudam a perder volume e a verdade é que já lá vão três meses e tem corrido muito bem. A partir da próxima semana vou começar a fazer tratamentos para tonificar.
– Quanto é que já perdeu?
– Aquilo que me foi preconizado foram dez quilos, e para já perdi sete ou oito, mas gostaria de perder 15, para ficar nos 58, 59kg. Ainda não cheguei lá, mas se conseguir manter este regime, já que permite uma folga, acho que não será muito difícil.
– A Júlia assume-se no seu programa como um bom garfo. Como consegue disciplinar-se?
– Sou muito pragmática, se tenho um objetivo, é para cumprir.
– E como consegue seguir a dieta em casa, se tem de cozinhar para o resto da família?
– Tive uma ajuda maravilhosa, pois o meu marido também resolveu alinhar, já que também estava um bocadinho acima do peso dele. Ele faz exatamente o mesmo regime que eu, só as minhas filhas é que têm de ter a alimentação normal. Faço o jantar para elas e a sopa para nós. Com equilíbrio tudo se faz.
– Noutra ocasião já tinha referido à CARAS que como os seus filhos já são adultos, tem mais tempo para namorar…
– É verdade e é ótimo. Temos feito algumas escapadelas a dois e espero que mais por aí venham. As gémeas ainda estão a viver connosco e também precisam de algum acompanhamento e disponibilidade, mas as coisas estão muito agradáveis, é um momento na vida muito agradável. Afinal, ter 50 anos é bom [risos].
– Está preparada para quando elas saírem de casa?
– Perfeitamente, acho que é fantástico. Primeiro porque se cumpre uma etapa de vida e além disso, embora seja uma mãe empenhada e alinhada com os meus filhos, não vivo fixada apenas e só nos objetivos deles, tenho imensas coisas próprias com que me ocupar.
– Faz 50 anos em outubro. Está preparada?
– Completamente… Estou a achar esta fase maravilhosa e estou até entusiasmada. Acho que esta é uma boa idade para as mulheres que têm uma vida ativa, preenchida, já que é quando estamos no topo das carreiras, temos maior autonomia financeira… É o topo do topo [risos]. Costumo brincar a dizer que adorava ser velha, já que nessa altura há uma série de coisas que estão resolvidas [risos]. Não interessa a celulite, as rugas, serei indiscutivelmente velha e não terei de tentar parar o tempo. Claro que a televisão me obriga a pará-lo um pouco, mas sobretudo a envelhecer com elegância e saúde, que é o mais importante.
– A Júlia tem conseguido equilibrar todas as áreas da sua vida, em especial a pessoal…
– É verdade. Há pessoas que nesta fase da vida não têm tudo e eu tenho. Escolhi bem [risos]. Estou casada há quase 30 anos e tencionamos celebrar mais 30.
– Qual é o segredo, já que ambos têm uma vida tão ocupada?
– Tenho sorte, pois tenho um marido muito dedicado nessa matéria. É muito atento e disponível, inventa todas as horas possíveis e imaginárias para se manter na relação e para me dar atenção e mimar. Tenho muita sorte a esse nível, mas também mereço, naturalmente [risos].
– Entretanto, foi avó. Mais uma novidade muito feliz…
– Sim, é muito engraçado ter um bebé com quem só se brinca e se deixa a fralda para outros [risos]. Vai ser tão bom… É muito engraçado ser mais uma menina, já que na família só há um rapaz. Estamos maravilhados.
– Para terminar: na SIC tem um papel de responsabilidade. Gosta de viver sob pressão?
– Não sei trabalhar de outra maneira, tenho o vício da adrenalina e é isso que nos espevita.
– E está satisfeita com o nível que o Querida Júlia atingiu?
– Nem pensar. Um programa diário é algo que se faz anos a fio e estamos agora, verdadeiramente, a construir os primeiros degraus, um ano depois. Está a correr muito bem, estamos a solidificar-nos… Estamos a colher os primeiros frutos da estabilidade de um ano e agora é construir todos os dias. De todas as apostas em televisão, o day time, e em particular a manhã, é a mais difícil.
– Portanto, um ano depois, a mudança de canal foi positiva…
– Sem dúvida, jamais me passaria pela cabeça outro cenário. Grande parte das minhas metas propostas para a TVI estavam alcançadas e achei que defender uma liderança era menos interessante do que conquistá-la… Acho aborrecidíssimo aos 50 anos estar a defender-me, quero é conquistar outra vez. Há aqui muitos bons sinais, estamos muito contentes.