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Paulo Portas
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Um dia depois do ministro Vítor Gaspar ter abandonado o Governo e de ter sido anunciado que seria suibstituído pela secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, foi a vez de Paulo Portas, ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, apresentar a sua demissão ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho.
Leia o comunicado de demissão de Paulo Portas:
1. Apresentei hoje de
manhã a minha demissão do Governo ao primeiro-ministro.
2. Com a apresentação do pedido de demissão, que é irrevogável, obedeço à minha
consciência e mais não posso fazer.
3. São conhecidas as diferenças políticas que tive com o ministro das Finanças.
A sua decisão pessoal de sair permitia abrir um ciclo político e económico
diferente. A escolha feita pelo primeiro-ministro teria, por isso, de ser
especialmente cuidadosa e consensual.
4. O primeiro-ministro entendeu seguir o caminho da mera continuidade no
Ministério das Finanças. Respeito mas discordo.
5. Expressei, atempadamente, este ponto de vista ao primeiro-ministro que,
ainda assim, confirmou a sua escolha. Em consequência, e tendo em atenção a
importância decisiva do Ministério das Finanças, ficar no Governo seria um acto
de dissimulação. Não é politicamente sustentável, nem é pessoalmente exigível.
6. Ao longo destes dois anos protegi até ao limite das minhas forças o valor da
estabilidade. Porém, a forma como, reiteradamente, as decisões são tomadas no
Governo torna, efectivamente, dispensável o meu contributo.
7. Agradeço a todos os meus colaboradores no Ministério dos Negócios Estrangeiros
a sua ajuda inestimável que não esquecerei. Agradeço aos meus colegas de
Governo, sem distinção partidária, toda a amizade e cooperação.