Luís Osório admite que não podia ser mais diferente do antigo banqueiro Jorge Jardim Gonçalves. Contudo, um encontro casual de ambos, em 2006, conduziu a cinco anos de convivência que deram origem a centenas de horas de conversas publicadas agora no livro Jorge Jardim Gonçalves – O Poder do Silêncio.
Ao longo de quase 700 páginas, o cronista e biógrafo revela as “memórias interpretadas”, como descreve esta obra, do antigo banqueiro, mas também do homem romântico, profundamente ligado à família e à religião. “O seu amor por Assunção é uma das histórias mais incríveis. Ele sabia, quando a viu pela primeira vez, que ela era a mulher da sua vida. E esta é uma história muito bonita e reveladora do seu romantismo. Não passa um minuto sem que ele olhe para ela para ver se está tudo bem. E tem no seu telemóvel a fotografia da mulher! Numa hora afastados um do outro, devem falar ao telemóvel umas duas ou três vezes. Quis fazer uma biografia que pudesse ser lida como um romance”, explica o biógrafo.
Mais parco em palavras, Jardim Gonçalves revela como encarou este desafio de tornar públicas as histórias mais marcantes da sua vida: “Não foi difícil expor nenhum aspeto para estas memórias. Ao longo do tempo fomos conversando e o Luís Osório foi captando aquilo que lhe parecia interessante. Foi uma pessoa muito sensível.”
Sendo uma das protagonistas deste ‘romance’, Assunção, mulher de Jardim Gonçalves há mais de 50 anos e mãe dos seus cinco filhos, também partilhou as suas emoções neste fim de tarde: “Sinto-me muito feliz e emocionada. O meu marido é um bom exemplo.”
Jorge Jardim Gonçalves partilha a sua vida familiar em memórias
Luís Osório escreveu um livro de 'memórias interpretadas' sobre o antigo banqueiro.