“Hoje foi dia de visita ao meu Pai… Foi aquela visita a que chamam “visita de Natal”! 60 minutos sentados numa pequena mesa quadrada (com mais 10 min extra graças à sensibilidade de alguns guardas). Eu levei o bolo rei, a Mariana fez umas bolachas deliciosas de canela com gengibre, o Pai levou chocolates, gelados numa espécie de caixa de plástico, Sumol e gelatina… Tudo a pensar nas princesas dele: eu, Mariana, Yasmin e Kyara! Foram 60 minutos saborosos, não apenas pela comida, mas por antecipadamente podermos desejar (dentro destas condições) Feliz Natal ao Homem que mais amamos. A poucos minutos do fim, resolvi lançar a questão que mais me afligia de há uns dias para cá e que tanta gente quer saber: Pai conseguiste a licença para vires a casa passar o Natal? (Isto falando em Inglês com ele para que a Mariana não percebesse). Resposta: “No, I didn’t…” Alguns segundos eternos de silêncio e os olhos muito abertos da Mariana. Perguntei “porquê?!” Resposta: “Não confessei o crime!”. Engoli em seco e respirei fundo, os olhos da Mariana encheram-se de lágrimas. Porra (perdoem-me a má palavra), afinal a miúda já entende algumas coisas em inglês. Preciso aprender Russo, disse eu, para descontrair!!! Saí de cara no chão mas com sorriso no rosto… Sentimentos ambíguos!!! Cheguei a casa e procurei as leis. Descobri que no pedido de precária (ida a casa por alguns (poucos) dias) não há nada que diga que é obrigatório confessar o crime, aliás, quantas precárias não são dadas sem ter isso em conta (sim, tenho alguns conhecimentos sobre isso). Enfim… A luta continua… O Natal… Esse já passou, foi há umas horas atrás! Desculpem-me o atraso: Boas Festas!!!”
Marta Cruz visita o pai, Carlos Cruz, na prisão
"Hoje foi dia de visita ao meu Pai... Foi aquela visita a que chamam "visita de Natal"! 60 minutos sentados numa pequena mesa quadrada."
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