
Adriane Garcia passou recentemente por um dos maiores desafios da sua vida: a suspeita de ter uma possível doença grave. Durante um período de maior fragilidade, marcado por uma sensação de solidão, a apresentadora e atriz, de 45 anos, precisou de lidar com um diagnóstico que poderia ser complicado – que acabou por se resolver com uma pequena cirurgia para retirar pólipos do intestino –, o que a levou a refletir profundamente sobre a importância da saúde e o apoio da família.
Por isso mesmo, Adriane não hesitou em pedir à irmã, Alexandra Weinem, para a acompanhar durante este período de maior fragilidade. Alexandra fez as malas e, durante 27 dias, acompanhou a irmã nos exames e consultas, e aproveitou para matar saudades do sobrinho e afilhado, Francisco, de 8 anos, que, recorde-se, nasceu da relação da atriz, entretanto terminada, com Tiago Alves Ribeiro. A CARAS conversou com Adriane durante um ateliê de Natal da empresa The Inventores, durante o qual o filho montou o seu próprio piano eletrónico.
– Que sinais a levaram a suspeitar de que alguma coisa não estava bem consigo?
Adriane Garcia – Tento ter uma vida saudável, faço muito desporto, meditação, ioga, pilates, e isso leva-me a conhecer muito bem o meu corpo. Dei conta de que alguma coisa estava errada e marquei consulta com a minha ginecologista. Achei que poderia ser uma menopausa precoce, mas depois de fazer vários exames, desconfiámos que deveria estar relacionado com o meu intestino. Procurei um médico especialista e, na verdade, estava com uma suspeita de cancro no intestino. Tive de fazer uma minicirurgia para retirar os pólipos, pequenas saliências que, se não forem tratadas e retiradas, podem, em 90% dos casos, transformar-se em tumores malignos, e é tudo muito rápido, como infelizmente aconteceu com duas amigas minhas. Então, aquilo deixou-me em suspenso, primeiro porque nunca tinha passado por nada disto, depois porque estava sozinha, noutro país, e por isso pedi à minha irmã para me vir dar apoio.
– Ficou verdadeiramente assustada e precisava desse amparo.
– Fiquei muito assustada e precisava do amparo da família, até porque ao longo dos últimos anos, sobretudo desde 2020, a minha vida deu uma grande reviravolta, com o divórcio e a mudança de vida, e eu comecei a perceber que podem tirar-me tudo, mas não me tirem a saúde, que é o que temos de mais importante. O dinheiro vem e vai, os amores vêm e vão, carros e casas vêm e vão, tudo isso tudo é supérfluo. Podemos ter todo o dinheiro do mundo, sem saúde não temos nada. Depois do divórcio, comecei a fazer terapia e a ver a vida de modo diferente. Sei que preciso de estar bem por causa do meu filho. E ele, sem que eu tivesse tocado no assunto, parece que sentia e sabia o que se estava a passar.

– Ter-se-á apercebido da sua ansiedade?
– Não sei, talvez. Mas, de vez em quando, fazia perguntas como: “Mãe, tu não vais morrer, pois não?” Assim, do nada. Nessas alturas, só pensava que tinha de ser forte e ficar boa, porque a mãe é a ‘esponja’ do filho. E estando bem e equilibrada, o meu filho também estará. Mas a importância de eu estar bem e de conhecer o meu corpo foi enorme. Graças a Deus, foi tudo retirado a tempo. Mandaram a amostra para biópsia e ainda demorou bastante tempo a chegarem os resultados, mas felizmente não era maligno.
– Foi o melhor presente de Natal que poderia ter recebido?
– Foi mesmo. E espero que as pessoas se cuidem, que estejam atentas ao mínimo sinal.
– Entretanto, parece estar em cima da mesa a possibilidade de a sua irmã se mudar definitivamente para Portugal?
– É verdade. Ela não vinha a Portugal há sete anos e ficou impressionada com o quanto a cidade mudou tanto em tão pouco tempo. Percebeu que aqui há qualidade de vida. Lisboa tornou-se numa das maiores capitais do mundo e não deixa nada a desejar a outras grandes capitais, como o próprio Rio de Janeiro. Seria bom para toda a gente.

– Está a tentar convencê-la a vir morar para perto de si.
– Antes de ser mãe já estava a tentar convencê-la a vir. Depois de me ter divorciado, a pressão aumentou. É muito difícil ser mãe sem ter rede de apoio, sem a família por perto. Sinto-me muito sozinha. O meu filho também me cobra o facto de nunca estarmos com a família da mãe… E a minha irmã percebeu a falta que me faz. Acho que ela também gosta de estar aqui. Estes dias em Portugal fizeram-lhe muito bem. Para mim seria muito bom, e para o Francisco também. Vamos ver o que 2025 nos reserva.