Na peça Júlia, em cena no São Luiz Teatro Municipal, Teresa Tavares explora a intimidade entre um homem e uma mulher, pondo todas as suas vulnerabilidades a nu e deixando “cair todas as máscaras”, como admite. E é com esta vontade de ser cada vez mais autêntica que a atriz procura viver todos os dias. Amante da liberdade, Teresa é, aos 34 anos, uma mulher que acredita em si e nos seus projetos, mas que continua a pôr tudo em causa e a não dar nada por garantido. Não gosta de amarras e faz do mundo o seu palco de eleição. Contudo, as asas nunca a levam para muito longe do seu ninho, aquele para o qual volta depois de dar corpo e alma às suas personagens. Numa conversa fluida e descontraída, Teresa viajou pelo seu universo interior e partilhou o seu lado mais rebelde e independente, no qual cabem ainda todos os sonhos do mundo.
– Subir ao palco com esta personagem era um sonho antigo.
Teresa Tavares – Sim! Desde os tempos do Conservatório que queria fazer esta personagem. Montámos a peça a partir do Miss Julie, de [ August] Strindberg, um texto do qual gosto muito. É uma peça que explora esta dinâmica entre homem e mulher e que aborda questões como o desejo e o poder. Tudo acontece numa só noite. É uma espécie de vertigem num espaço claustrofóbico. É um universo muito íntimo e o público vai ficar com a sensação de que está a olhar pelo buraco da fechadura para aquelas pessoas.
– E a Teresa, enquanto mulher, também vive intensamente as suas relações?
– Esta questão dos jogos entre relações é muito humana e não precisamos de nos referir apenas a relações românticas. Dou tudo de mim a esta personagem. Quis deixar cair todas as máscaras e ficar ali da forma mais crua possível. Esse foi o meu maior desafio. Gosto de ir a jogo todos os dias.
– Na vida também deixa “cair todas as máscaras”, mesmo que assim exponha algumas das suas vulnerabilidades?
– Não tenho medo de expor as minhas vulnerabilidades. E como atriz não há outra forma de trabalhar. Na vida também procuro essa autenticidade. Mas também tenho algumas reservas… Por exemplo, gosto de ir para casa e de estar com os meus amigos. Esse é o universo onde me sinto mais segura. Gosto de ficar nesse meu mundo.
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1134 da revista CARAS.
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Vídeo de ‘making of’ da sessão fotográfica que acompanha a entrevista: