A tarde está chuvosa. Joana Reymão Nogueira está à porta para nos receber com um sorriso rasgado ao qual é impossível ficarmos indiferentes. Com uma simpatia ímpar, põe-nos à vontade e encaminha-nos para sua casa. Lá dentro é Natal. As velas estão acesas, há um presépio com musgo, uma árvore de Natal iluminada e cheira a lareira. A mesa também está posta, uma mesa de doces à qual é difícil resistir, ou não fosse Joana uma doceira de exceção. Os três filhos, Luísa, de 16 anos, Teresa, de 14, e João, de 12 [nascidos do seu casamento, entretanto terminado] estão quase a postos para serem protagonistas, ao lado da mãe, desta sessão fotográfica. Mas decidimos começar pela entrevista. Joana, 44 anos, falou-nos do seu percurso profissional, contou-nos como é a sua relação com os filhos e como concilia a carreira com o papel de mãe. Emocionou-se ao recordar o pai, Zé Tó Reymão Nogueira, que morreu em 1997 com um ataque cardíaco fulminante, e mostrou uma enorme gratidão pela mãe, Lalu Reymão Nogueira. Para descontrair, e porque Joana diz não se sentir muito à vontade no papel de entrevistada, começámos por falar da quadra natalícia.
– Qual é o ingrediente principal para um doce Natal?
– O amor. Sem amor não existe nada. O amor é o melhor ingrediente para tudo na vida. Se não houver amor, a vida para mim não faz sentido. E no nosso Natal a base é exatamente essa. Claro que há troca de presentes, mas em termos simbólicos, porque o amor que existe entre nós é muito mais valorizado. Com a morte do meu pai, o Natal tornou-se mais triste, mas os meus filhos vieram trazer-me de novo a alegria desta quadra e eu quero que eles a vivam com a mesma intensidade com que eu sempre a vivi.
– Por falar em amor, separou-se há seis anos, os seus filhos eram pequenos. Como conciliou o trabalho com eles?
– Sou extremamente organizada e tento conciliar tudo. Eles são a inspiração da minha vida, a minha força de viver e a minha prioridade máxima. Mas dão o maior valor à minha profissão, à minha vida e reconhecem que é por eles que eu trabalho, com o intuito de lhes proporcionar tudo de bom, por isso, é mais fácil perceberem quando não estou tão disponível.
– Portanto, não lhe cobram a possível falta de disponibilidade.
– Há alturas em que a minha profissão é complicada, há noites que passo em claro, mas consigo sempre conciliar. Quando eles sabem que vou trabalhar à noite, aproveitam-me durante o dia e se, por exemplo, chego a casa cansada, vão todos para a minha cama pôr a conversa em dia. Sabem que contam comigo para tudo. Depois, tenho a ajuda incondicional da minha mãe, que está sempre presente quando é preciso e a quem sou muito grata. É uma excelente avó.
Fotos: João Lima
Produção: Rita Vilhena
Maquilhagem: Raquel Peres
Agradecimentos: Ali-Jo, AntiMilk, Arboretto, Massimo Dutti, Zara e Zara Home
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1167 da revista CARAS.
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