Filho da apresentadora Júlia Pinheiro e do radialista Rui Pêgo, Rui Maria Pêgo tem consciência de que cresceu numa família privilegiada, onde nunca faltou o mais importante, a comunicação. No entanto, frisa, por os pais serem ambos bem sucedidos profissionalmente e também muito contundentes, nem sempre foi fácil fazer-se ouvir em casa. Rui Maria acabou por se tornar um homem inteligente, com sentido de humor apurado, educado, preocupado com o mundo que o rodeia. Foi pelo menos essa a imagem com que ficámos do comunicador, de 30 anos, com quem estivemos em Cannes, a propósito do convite para ser um dos embaixadores portugueses da Magnum.
– É apontado como um homem dos sete ofícios. Já fez rádio, televisão, peças de teatro. O que é que o define?
Rui Maria Pêgo – Acho que sou um comunicador e tento sê-lo em várias vertentes. As novas gerações não podem ser só uma coisa. Fui adquirindo várias competências, porque hoje em dia as equipas são muito mais pequenas e na rádio tens de saber fazer um pouco de tudo. Não quero estagnar, gosto de me desafiar, por isso estudei acting em Portugal e nos EUA.
– Parece saber lidar com as críticas e ser bem resolvido com a vida. Resultou de um trabalho pessoal ou teve ajuda?
– Acredito que a vida nos vai apresentando pessoas que acabam por nos ajudar, mas também precisas de ter a energia certa para isso acontecer. Durante muito tempo desejei oportunidades que não apareciam e creio que não era por falta de talento ou de capacidade. Ainda bem que não consegui fazer tudo aos 20 anos, porque se calhar teria corrido mal. Sou bem resolvido porque não tive alternativa. Quando assumi publicamente que era homossexual, não o fiz sem pensar.