
João Lima
Isabel Silva apareceu pouco depois da hora marcada para a sessão fotográfica. Assim que entrou neste espaço, localizado na Baixa lisboeta, a sua alegria e energia contagiantes sobrepuseram-se a tudo. A leveza com que encara a vida e o sorriso cativante espelham uma pessoa confiante, bem resolvida e feliz.
Entre o seu trabalho na televisão, a gestão de um ginásio dedicado à eletroestimulação e o seu blogue, I am Isabel Silva, a apresentadora “corre” para o que, para si, é a sua filosofia: viver bem, mas sempre escutando o seu corpo. A alimentação equilibrada e a prática frequente de exercício físico de alta intensidade ajudam-na a chegar a esse equilíbrio.
A propósito do seu novo livro, Eu Sei como Ser Feliz, Isabel, de 33 anos, confidenciou-nos o que a move, o que a faz feliz e como ultrapassou uma fase menos positiva em 2018, que lhe causou ansiedade extrema devido ao excesso de projetos profissionais que tinha em mãos.
– É o seu terceiro livro…
Isabel Silva – E o mais autobiográfico! Este é muito especial para mim, porque tem pontos em comum com os dois anteriores, pois acredito que somos aquilo que comemos. Privilegio a Natureza e a qualidade dos alimentos e acredito que são eles que nos dão o poder para estarmos bem connosco e com os outros. Não sou fundamentalista, como um bocadinho de tudo, mas há alimentos que privilegio mais, porque paro para escutar o meu corpo. Não quero ser embaixadora do bem, partilho porque as pessoas me pedem. Gosto de partilhar o que me faz feliz.
– Porquê um livro desta natureza nesta altura?
– Acredito que o segredo para a felicidade está nos alimentos, na atividade física, seja de alta intensidade, como eu gosto, ou uma caminhada, uma aula de ioga, etc. Depois, temos outra componente muito importante, que é a autorreflexão. Sempre foi uma ferramenta que usei na minha vida de forma inconsciente, mas em 2018 esqueci-me dela e tive de a introduzir novamente.
– O que a levou a usá-la?
– Esqueci-me de parar para pensar o que estava a fazer, porque tinha muitos projetos ao mesmo tempo e muitas coisas para resolver. É excelente quando fazemos aquilo de que gostamos, e eu estava a querer fazer tudo ao mesmo tempo: a par do trabalho como apresentadora, abri um ginásio, o meu primeiro projeto fora da comunicação, mudei de agência e encontrei uma nova equipa de conteúdos. Comecei a perder algum foco, portanto decidi parar para pensar e perceber o que não estava bem. Tive de reorganizar prioridades.
– O que fez para contrariar esse estado?
– Segui a minha intuição, mas é preciso estar muito bem resolvida na vida para decidir de uma certa maneira. Aquilo que me permite ter uma confiança inabalável é, mesmo nas alturas em que estou mais deprimida, nunca deixar de fazer as coisas que sei que me fazem bem: comer bem e fazer exercício físico indoor e outdoor. Descurei muitas coisas em 2018 que tive de voltar a introduzir na minha vida. Esqueci-me de estar com a família e com os amigos. Isso não me fez bem, daí eu ter ido tanto abaixo. Lembro-me de acordar no dia dos meus anos e não ter vontade de o festejar. Alguma coisa estava mal. A autorreflexão ajudou-me a estar mais focada no presente e menos ansiosa.