
Paulo Miguel Martins
Se a vida fosse uma prova de desporto, a de Isabel Silva seria uma maratona. É na corrida que se centra, mas é nas longas distâncias que se encontra. E o mesmo acontece na sua vida. Aos 32 anos, a apresentadora da TVI sabe perfeitamente que tudo tem o seu tempo, pelo que não apressa o que não tem que ser. Certa dos seus passos e da forma como os dá, é com um orgulho evidente que fala do caminho que tem percorrido enquanto comunicadora e embaixadora de um estilo de vida saudável. Movida pelos afetos, corre sempre ao ritmo do bater do coração e é precisamente por isso que este se tem revelado um ano de mudanças e de apostas pessoais. Mudou de agência, correu a Maratona de Boston em abril, aventurou-se na rádio, com o seu programa Minuto do Bem, nas manhãs da Comercial, e é hoje uma mulher mais madura e, sobretudo, mais forte. “As maratonas vieram consolidar a pessoa que sou e ajudar-me a perceber que, de facto, só não fazemos o que não queremos. Quando corto a meta, sinto que sou uma supermulher, que sou a pessoa mais incrível do mundo, a mulher mais bonita entre toda a gente e que ninguém consegue ser mais feliz do que eu”, confessou Belinha, como é carinhosamente tratada, durante uma manhã onde nos falou de felicidade.
– Quando entramos no seu Instagram, podemos ler “apresentadora de TV, blogger, maratonista, comida do bem, mãe do Caju”. O que é que falta acrescentar a esta lista?
Isabel Silva – Para já, nada. Só se fosse entusiasta pela vida, porque é isso que me caracteriza. Sou movida pelo entusiasmo e é esse entusiasmo que me leva a conseguir fazer as coisas bem feitas. Vivo numa luta saudável e constante por perceber o que me equilibra e entusiasma. E o que é que me entusiasma? Comunicar, por isso é que sou apresentadora de televisão, e isto passa por eu comunicar com os outros e os outros comunicarem comigo, porque a vida é uma partilha e escutar é muito importante. Sobre as maratonas, sou profundamente apaixonada pela corrida, principalmente quando é feita ao ar livre. Há um espírito de camaradagem incrível, e há, claro, a questão da superação… A vida começa quando saímos da nossa zona de conforto. E também gosto muito da corrida pela partilha dos afetos, portanto o que me move é esse amor que depois também espelho no [meu cão] Caju. O Caju é o meu filho, com ele sinto que tenho que proteger alguém e isso também me faz sair da minha zona de conforto. Portanto, neste momento não me falta nada, mas quero acreditar que todos os dias irei acrescentando novos prazeres e conquistas na minha vida.
– De facto, uma pessoa não se esgota numa só área…
– Claro! Só temos de parar para escutar o nosso corpo. No meu caso, o que noto é que há sempre um ponto comum: é a vitalidade, a energia, a comunicação. Gosto de comunicar. Todos os dias penso em quem sou, em quem quero ser, o que correu bem hoje, o que pode correr melhor e, se correu bem, elogiar-me. Praticar o elogio é muito importante, comigo e com os outros.
– Essa postura faz parte de um caminho. O que tem descoberto sobre si ao percorrê-lo?
– Que me movo pela energia e pelas emoções. As melhores decisões que tomo na vida são movidas pela emoção. O que o coração me diz é sempre aquilo que está certo. Portanto, primeiro escuto a emoção e depois a razão, para poder fazer as coisas de forma ponderada. Tenho os pés bem assentes na terra e não gosto de dar passos maiores do que a perna, mas sempre que me deixei guiar pela razão arrependi-me. Estou numa fase em que tive de tomar várias decisões, mas todas foram ponderadas e tomadas tendo em conta aquilo que o meu coração me dizia há muito tempo. Sou muito espontânea, mas com a idade tenho aprendido a gerir melhor o meu entusiasmo e expectativas. O ponto de viragem na minha vida de forma consciente e coerente está a ser agora, aos 32. Estou a fazer jus a duas coisas que valorizo muito: a coerência e a consistência. Nem sempre é fácil manter estas características, sou posta à prova muitas vezes, mas se tiver de parar para refletir, se tiver de abdicar para manter estes dois pontos, faço-o. Só eu sei quem sou e o caminho que quero seguir e tudo o que faço na minha vida tem de ter um sentido. Eu sou a rapariga dos porquês.
– Este ponto de viragem encaminha-a para a paz e o equilíbrio de que precisa?
– Sim. Está a ser um ponto de viragem muito sereno. Causou-me alguma agitação, porque saí da minha zona de conforto, e a verdade é que mudar dói. E tudo isto é um teste à nossa resiliência. Mas sou muito certa das mudanças que levo a cabo na minha vida. Sinto que irão ser determinantes no meu futuro pessoal e profissional.
Leia esta entrevista na íntegra na edição 1195 da revista CARAS.
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