Miguel Guilherme está em cena no Teatro Nacional D. Maria II com a peça Última Hora, na qual dá vida a um diretor de um jornal que atravessa um período de grandes dificuldades e se confronta com o seu fim. Questões relacionadas com a ética, com o papel do dinheiro, da verdade e da mentira são exploradas através da comédia e da ironia, sendo uma metáfora que extrapola em muito o mundo do jornalismo, como referiu o ator no ensaio de imprensa deste espetáculo: “Fazemos poucas peças sobre a nossa contemporaneidade e este espetáculo fala sobre isso. Estamos numa época de reorganização e tenho esperança. A democracia não é um paraíso, mas permite-nos questionar e lutar por uma vida melhor. Luto para que todas as pessoas possam ter a sua opinião. O que mais me preocupa é a precariedade, que é transversal a todos. Esta pandemia veio reforçar a falta de condições que já havia na nossa área.”
Para fazer este papel, Miguel Guilherme passou quase um mês na redação do jornal Público, uma experiência que lhe deixou boas memórias.“Foi tudo um bocadinho atípico por causa da pandemia. No máximo, vi a redação com 20 pessoas e parecia uma festa. Mas era o que tinha para trabalhar e aproveitei. Assisti a várias reuniões online da redação, falei com os jornalistas e acompanhei alguns nas reportagens exteriores”, explicou.
Miguel Guilherme confidencia: “O que mais me preocupa é a precariedade”
Na peça “Última Hora”, em cena no D. Maria II, o ator interpreta o diretor de um jornal diário que passa por grandes dificuldades.