
Na véspera do novo confinamento, noite em que teve de se despedir do público e dos seus colegas de palco, com quem partilhava já há alguns meses a sua vida na peça A Ratoeira, Ruy de Carvalho, de 93 anos, não conseguiu esconder o desânimo e a angústia. Depois de duas horas em palco, o ator só queria regressar a casa e nem sequer se sentia em condições de conversar.
“Estou tão cansado de injustiças que nem me apetece falar de nada. Fico muito triste por viver num país em que a cultura é desprezada e vale quase nada no Orçamento do Estado. Tenho 78 anos de profissão, já vivi muito, já passei por grandes crises, mas sempre trabalhei, mesmo em alturas em que não me pagavam… Mas sou um homem de esperança e otimista, acredito no futuro”, assumiu.
Alguns dias depois, já em casa, desta vez na sua, já que no primeiro confinamento, no ano passado, ficou em casa da sua filha, Paula, Ruy contou-nos como está a viver estes dias e como tem ocupado a sua cabeça. Apesar de estar longe da família – dos filhos, Paula e João, dos netos, João Ricardo, Diogo e Henrique, e das três bisnetas, a última das quais, Carminho, de oito meses, ainda não conhece –, o ator diz que não se sente só, porque todos lhe telefonam várias vezes ao dia e o ajudam naquilo que mais precisa.
Uma entrevista para ler completa na edição n.º 1330 da revista CARAS.