É um bolo, mas não serve para comer. É uma espécie de casa, mas ninguém a habita, embora todos possam visitá-la. A nova peça da artista plástica Joana Vasconcelos, Bolo de Noiva, faz-nos pensar em fábulas infantis, daquelas em que os castelos têm um aspeto tão apetitoso quanto um bolo cheio de camadas de creme. E foi isso que esculpiu nesta peça de 12 metros de altura e 3 andares, revestida a azulejos da tradicional fábrica portuguesa Viúva Lamego e ornamentada com peças de cerâmica, integrando quedas de água pontuais e iluminação própria.
“A obra de arte só estará completa quando duas pessoas se encontrarem no topo.” (Joana V.)
Este Bolo de Noiva é o resultado de uma parceria entre a artista portuguesa e o colecionador britânico lord Rothschild e está instalado nos jardins de Waddesdon Manor, uma residência situada nos arredores de Londres e que pertenceu à famosa família de banqueiros, agora administrada pela fundação com o mesmo nome e presidida precisamente por Jacob Rothschild. À inauguração oficial, que aconteceu no passado dia 15, compareceram o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa – que estava em visita ao Reino Unido para festejar os 650 anos do tratado de amizade com Portugal –, o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, o embaixador português em Londres, Nuno Brito, e o seu homólogo britânico em Lisboa, Chris Sainty, entre outras personalidades.
“Muitos artistas têm o seu ‘projeto impossível’ e este é o meu. Uma obra desta envergadura só se tornaria possível com a visão e o incentivo de um mecenas extraordinário e generoso. Lord Rothschild viu o seu potencial onírico, acreditou na minha equipa e deu-nos os meios para o concretizar. Um cruzamento entre pastelaria e arquitetura, a obra de arte só estará completa quando duas pessoas se encontrarem no topo do Bolo de Noiva. Que é, acima de tudo, um templo ao amor”, explica Joana Vasconcelos.
Fotos: Lionel Balteiro para Atelier Joana Vasconcelos