Maria Elisa Domingues mostrou-se sensibilizada com a homenagem de que foi alvo por parte da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), que lhe atribuiu o Prémio Igrejas Caeiro 2024, que visa distinguir personalidades da rádio em Portugal cujos méritos estejam há muito reconhecidos em qualquer área criativa daquele meio de comunicação.
“Quando recebi um telefonema a dizer que tinha ganho um prémio de rádio, pensei que se tinham enganado. Eu fiz rádio, sim, mas durante um ano”, começou por dizer a jornalista na cerimónia de atribuição do prémio, que decorreu no Auditório Maestro Frederico de Freitas, no edifício-sede da SPA. “Consagramos o talento, a qualidade e a pluralidade dos trabalhos de Maria Elisa ao longo dos anos e agradecemos o muito que fez como notável comunicadora, na televisão e na rádio”, justificou o escritor, jornalista e músico José Jorge Letria, presidente do conselho de administração da SPA, que apresentou o prémio juntamente com o radialista João David Nunes, ao lado de quem Maria Elisa conduziu o programa Fogo Cruzado, na Rádio Comercial. “Ao contrário de um estúdio de televisão, um estúdio de rádio é, para mim, um mistério perfeito. Não me sentia à vontade, mas tinha ao meu lado o João a dizer para não me preocupar. O Fogo Cruzado foi, de facto, uma experiência única e muito enriquecedora. A qualidade desse programa deve-se, sobretudo, à equipa de luxo que o fazia”, assegurou Maria Elisa, partilhando: “Queria deixar uma nota de profundo agradecimento por esta homenagem tão bonita. Já tive muitos prémios, felizmente, mas confesso que nunca nada chegou a esta extraordinária apresentação. É, para mim, uma enorme honra receber este prémio, que já foi atribuído a algumas das melhores personalidades da rádio.”
No discurso de agradecimento, a jornalista sublinhou a importância de ser a primeira vez que uma mulher recebe este galardão. “É uma honra e um gosto poder continuar a abrir caminhos para as mulheres, porque isso ainda faz muita falta, sobretudo para nós feministas convictas. Sabemos o muito que ainda há para fazer, porque o mundo não é o que se passa aqui nas democracias ocidentais. O mundo é muito mais vasto e cheio de enormes injustiças e desigualdades para as mulheres”, lembrou.