Quando viajei da Manchúria até Pequim, no final dos anos 90, fui encontrar, não apenas o longínquo lugar de onde muitos fugiam à pobreza, mas um país que começava a deixar de ser tão vermelho e fora seduzido pelo cinema americano – havia fotos de Leonardo di Caprio por todo o lado – e também por marcas como a Louis Vuitton, que acabava de abrir a primeira loja na capital.
O grupo francês LVMH patrocinava a corrida de automóveis antigos que acompanhei. Ao longo de quase dez dias e mil e quinhentos quilómetros de percurso, nas cidades por onde passou o cortejo de bólides vindos de todo o mundo, juntaram-se nas bermas, debruçados nas varandas, pendurados nas árvores, sei lá mais onde, milhares de milhões de curiosos que assistiam àquele desfile de luxo pela primeira vez na vida. Em alguns dos sítios havia quem nunca tivesse estado na presença de um ocidental. A visão de uma loira de olhos azuis era semelhante à de um alien! Juntavam-se em grupo para tirarem fotografias comigo. E se era preciso mudar um pneu, em segundos apareciam dez pessoas para ajudar. Foi, em todos os aspetos, o maior banho de multidão e de organização da minha vida. Viagem a repetir.
A NÃO ESQUECER:
Idioma: O Mandarim é tão impercetível como o Cantonês, o Xiang ou o Jing: é chinês. Mas ninguém anda na China sem um guia. No entanto, há uma aplicação muito útil no Iphone com tradução e som fonético das palavras.
Moeda: Iene.
Clima: A época ideal para ir é agora em fevereiro, durante as festas da primavera.
A não perder: A muralha da China, uma das sete maravilhas do mundo e a única construção que se avista do espaço, a floresta de pedra, o templo de Confúcio e a Ópera de Pequim.