Utilizando a expressão que a Nissan criou para os proprietários do Juke, vesti a pele de um juker e experimentei a versão mais potente e rebelde deste modelo, o Juke 1.6 DIG-T 4×4.
Quem o vê apenas por fora não encontra qualquer distinção em relação às versões equipadas com o motor 1.5 dCi de 117 cv. Apresenta o mesmo design ousado e irreverente, uma distância ao solo generosa, rodas grandes (215/55R17) e um perfil coupé acentuado pelos puxadores das portas traseiros escondidos. Porém, basta ligar o motor e arrancar para perceber que este não é um Juke qualquer. Com 190 cv de potência, caixa automática de seis velocidades (XTronic CVT) e tração às quatro rodas, o Juke DIG-T atinge os 200 Km/h de velocidade máxima e leva-nos aos 100 Km/h em apenas 8,4 segundos. Logicamente que com um motor a gasolina com estas prestações não podemos esperar valores de consumos muito reduzidos: 6,0 l/100 Km em circuito extra-urbano, 7,6 l/100 Km em circuito combinado, e 10,2 l/100 Km em circuito urbano, são os valores anunciados pela marca. As emissões de CO2 situam-se nas 175 g/Km.
O estilo do Juke é inconfundível e está longe de ser consensual, no entanto, parece-me que é uma aposta ganha por parte da Nissan. Uma das suas características mais marcantes em termos de design prende-se com as luzes, que na dianteira estão divididas em dois elementos distintos. Na parte superior estão as luzes de presença e os indicadores de mudança de direção. Na parte inferior encontram-se os médios e os máximos, cujos faróis são inspirados nos carros de rally dos anos 60 e 70. As luzes traseiras em forma de bumerangue fazem lembrar as do Nissan 370Z.
Falando agora do habitáculo, destaque para a original consola central, que se assemelha ao depósito de combustível de uma moto e para os acabamentos dos frisos das portas tratados com tinta de alto brilho. Também aqui, a irreverência do design está bem patente.
A consola central alberga o Sistema Nissan de Controlo Dinâmico, um avançado comando central do condutor e um sistema de informação que permite alterar as definições de dinâmica do carro, assim como ajustar funções mais normais, como o controlo de climatização. É através do botão ‘D Mode’ que podemos optar por um dos três modos de condução disponíveis, Normal, Sport ou Eco, que altera a sensibilidade da direção e a resposta do acelerador. Programado para funcionar em oito idiomas diferentes, o ecrã digital altera a visualização, cor e funções dependendo do modo que selecionámos. Nesse mesmo ecrã podemos obter informação de viagem em tempo real, com painéis que indicam a velocidade média, eficiência do combustível, tempo de viagem e até um indicador de Força G.
A versão DIG-T 4×4 tem também disponível de série o sistema Nissan Connect, que inclui sistema de navegação e comunicação áudio. O mapa de navegação oferece visualizações 2D e 3D como zoom automático e orientação por voz.
O ecrã também funciona como visor para a câmara retrovisora com guias de orientação de estacionamento.
Os bancos do Juke são confortáveis e oferecem uma posição de condução correta. O espaço interior é suficiente, mas o mesmo não acontece em relação à capacidade da bagageira, de apenas 207 litros.
Este Juke 1.6 DIG-T 4×4 é bastante divertido de conduzir e facilmente tiramos partido da tração às quatro rodas. Quem preferir pode acionar o botão 2WD (localizado à esquerda do volante) e o carro fica apenas com tração dianteira. Garanto que não é a mesma coisa…
Quanto a preços, o Juke 1.6 DIG-T 4×4 Tekna Premium está disponível a partir de 27.750 euros.