Aterrei em Copenhaga e tinha um ‘viking’ à minha espera. É louro, alto e gosta de beber. Um amigo dinamarquês, com sotaque brasileiro, que conheci em Portugal. Viajar à boleia dos amigos é mesmo a melhor maneira de conhecer os outros países.
Copenhaga prometia festa e algum frio, sem grandes expectativas em relação às vistas ou à gastronomia. Acabou por se revelar uma agradável surpresa em todos os aspetos. Fiquei em casa do meu amigo, num bairro central que já foi de má fama, mas que agora é de movida. Os prédios, antigos como o bairro, estão a ser recuperados por famílias jovens e o ambiente descontraído sente-se nas ruas. A começar pelas bicicletas. Acredito que se Amesterdão tem a fama, Copenhaga já lhe ganha em proveito – todos, sem exceção, pedalam no dia-a-dia. As bicicletas ficam arrumadas nos pátios interiores dos prédios, onde há sempre lugares de sobra para as visitas. Aliás, o espírito prático dinamarquês dita outras regras que também ficariam bem neste Portugal em crise: nestes pátios interiores há um espaço onde se deposita o que já não serve, mas que ainda funciona e poderá ter uso pelos vizinhos. Foi lá que encontrei a bicicleta velha que usei durante a visita, foi lá que o meu amigo recolheu a máquina de lavar que instalou na cozinha.
Há quem partilhe muito mais. Christiania é a mais antiga comunidade livre da Europa. Por lá não há quem mande, nem mesmo o governo da Dinamarca. As casas foram levantadas e ocupadas pelos moradores, que vivem do que produzem, na terra e na arte. Esta comunidade hippie está aberta aos de fora, num dos recantos mais bonitos e tranquilos da cidade.
Aproveitei Copenhaga assim, de espírito livre e força nas pernas… e para o almoço não dispensei as sanduíches de pão escuro. Mas podia ter ido ao melhor restaurante do mundo, que também fica lá!
A NÃO ESQUECER:
Como chegar: A TAP voa diariamente para Copenhaga.
Onde ficar: Junto à Estação Central há vários hotéis de cadeias internacionais.
Onde comer: No antigo bairro “red light” há pequenas casa de chá que servem refeições “gourmet” e inúmeros restaurantes vegetarianos. Nas docas há restaurantes mais requintados, mas mais caros.
A não perder: O edifício da Ópera, o Tivoli e o Museu do Design.