Ao volante desta berlina é possível chegar com estilo a um almoço de negócios, e, depois, ao final da tarde, calçar um par de ténis e acelerar à descoberta de um qualquer trilho de terra batida. Muito se escreveu sobre a Volvo quando, em 1999, a marca sueca foi vendida à Ford. Muitos afirmaram, na altura, que o ADN da marca sueca estava em risco. Em Março de 2010 a Ford decidiu vender a totalidade do capital da Volvo aos chineses da Geely, os receios dos fãs acentuaram-se novamente, muitos defenderam que desta vez a marca sueca iria mesmo seguir o caminho da Saab e fechar as portas. Aconteceu exactamente o contrário, a marca cresceu, evoluiu, o ADN da Volvo manteve-se. Em 2013, a Volvo assinou um novo acordo de cooperação com a empresa chinesa Dongfeng, sendo o novo consórcio o maior fabricante de camiões do mundo. A Volvo aprimorou a qualidade dos seus automóveis e aumentou as vendas.
Um executivo de calças arregaçadas
Conduzimos o Volvo S60 Cross Country D4 com o nível de equipamento Summum com 190 CV de potência. Já tinha conduzido a carrinha V 60 e as recordações eram muito positivas. Recordo que os modelos da “série 60” (V, CC e o SUV XC) são atualmente os modelos mais vendidos da Volvo em diversos países. A marca sueca decidiu alargar o sucesso dos modelos Cross Country a diferentes produtos. Quem não se lembra da primeira geração da carrinha V70 XC que quebrou barreiras e atualmente ainda tem um bom valor comercial no mercado de usados. O conceito chegou aos irmãos mais novos V40, V60 e ao S60.
Ao volante do novo Volvo S60 CC conseguimos aliar luxo nórdico com um espírito aventureiro. É um carro ágil, confortável, requintado, espaçoso, bem equipado. Conduzi a versão 2.0 litros com o motor D4 de 190 CV associado a uma caixa automática munida de vetorização de binário e o Corner Traction Control (controlo da tração em curva). O S60 CC é mais do que um “arraçado” de SUV. É ideal para quem prefere adquirir uma berlina premium mas que não dispensa uma boa altura ao solo para enfrentar os estradões de terra batida. Testámos a versão D4 com caixa automática de 8 velocidades. O motor do S60 na sua faceta off road disponibiliza um binário de 400 Nm às 1.750 RPM. É um propulsor de 4 cilindros em linha, com turbo compressor, que tem sempre energia disponível quando pisamos o acelerador. A velocidade máxima indicada é de 210 km /h, faz 7,7 segundos dos 0 aos 100 km/h. Em estrada, sem abusar do acelerador, nunca consegui baixar dos 8 litros de média. Apesar desta versão não possuir o sistema AWD – que controla eletronicamente as condições ideais de tração – a verdade é que o comportamento dinâmico da berlina é muito interessante e previsível, apesar da maior altura ao solo e das jantes de 18 polegadas, o S60 revelou-se um bom companheiro para conduzir tanto em piso seco como molhado.
A bordo do S60 CC a insonorização é excelente. No interior dos Volvo funciona tudo bem e de forma prática e intuitiva. O equipamento de segurança e conforto é ultra-completo. Tem tudo o que precisamos, outra coisa não seria de esperar de um automóvel que custa 50 mil euros. Não é preciso um curso multimédia para ligar o telefone e tirar o máximo partido das diferentes funcionalidades e aplicações. Nos lugares traseiros conseguem viajar dois adultos com o máximo conforto. A única falha deste modelo está escondida na bagageira que tem a capacidade de 380 litros. O revestimento da parte superior da mala não existe e acabei por cortar a mão nos parafusos escondidos ao colocar a minha mala de trabalho no porta-bagagens. Nada como ver a nossa galeria de imagens! O Volvo S60 Cross Country Sedan está à venda a partir de 47.744 euros, a versão que conduzimos e que pode ver com maior detalhe nas fotografias custa 50.222 euros. Já a S60 dotada de tração integral 4WD custa 57.184 euros.