Apesar do Palácio Grimaldi ter emitido, a 17 de Setembro, um comunicado que pretendia desmentir as notícias que vieram a lume nas últimas semanas, dando como certa a separação de
Carolina do Mónaco e
Ernst de Hannover – e no qual se afirmava: "
Essas informações são completamente inexactas e desprovidas de qualquer fundamento" -, a verdade é que a princesa continua a viver no Mónaco apenas com a filha mais nova,
Alexandra, de dez anos, e não voltou a ser vista com Ernst.
E se dúvidas houvesse sobre a fase difícil que Carolina está a atravessar, imagens recentes mostram a princesa com enormes peladas na cabeça, sinal de que voltou a ter uma crise de alopécia, tal como lhe aconteceu em 1996, depois da morte do seu segundo marido,
Stefano Casiraghi.
A alopécia é uma perda rápida, parcial ou total, de pêlos ou cabelos numa determinada área da pele, e tem na origem várias causas, entre as quais distúrbios emocionais ou stresse pós-traumático, sendo, neste caso, uma alopécia de tipo areata, que normalmente se ultrapassa espontaneamente ao fim de alguns meses.
Stresse pós-traumático e distúrbios emocionais descrevem com exactidão o profundo e longo luto em que Carolina mergulhou depois da morte trágica de Stefano, em Outubro de 1990, sem dúvida o único homem que a fez verdadeiramente feliz, e ao lado do qual a princesa aparecia sempre descontraída e com um sorriso luminoso, numa relação que durou sete anos e da qual nasceram três filhos,
Andrea, de 25 anos,
Charlotte, de 23, e
Pierre, de 22.
Viúva aos 33 anos, e com três filhos muito pequenos, Carolina, que era internacionalmente famosa pela sua beleza e elegância, emagreceu brutalmente e o seu rosto vincou-se com rugas de desgosto. E, alguns anos depois, também o cabelo da princesa se ressentiu com o sofrimento atroz que a consumia. Com as peladas a aumentarem, Carolina viu-se forçada a rapar o cabelo e a andar de lenço. Na altura, muito se especulou, aliás, sobre o assunto, pois a primeira reacção dos media foi atribuir o uso do lenço a tratamentos de quimioterapia. A questão acabou, no entanto, por ser esclarecida, quando se soube que era alopécia de origem emocional.
A princesa monegasca andava ainda com a cabeça tapada quando começou a ser vista cada vez mais frequentemente com Ernst de Hannover, seu amigo de longa data, então ainda casado com
Chantal Hochuli, também ela amiga de Carolina. Ernst, que foi o ombro em que a princesa mais se apoiou após a morte de
Stefano, acabaria por se divorciar e, a 23 de Janeiro de 1999, já Carolina estava grávida de Alexandra, casaram-se pelo civil, no Palácio Grimaldi.
Esta união, contudo, seria assombrada pelo temperamento agressivo do príncipe alemão, que tem problemas com o álcool, e há muito que se sabia que o ambiente doméstico de Carolina era tenso e conflituoso, e que isso a levou a deixar a residência da família em Fontainebleau e a regressar à sua casa de Monte Carlo no início deste ano lectivo, matriculando Alexandra numa escola monegasca.
Algumas revistas francesas atribuíram, contudo, a razão desta ruptura a um caso de Ernst com
Maryam Sachs, amiga próxima do casal, que a escolheu para madrinha de Alexandra. A senhora Sachs e o marido,
Rolf Sachs (filho do multimilionário alemão
Gunther Sachs,
playboy famoso nos anos 60, sobretudo por ter sido marido de
Brigitte Bardot), já vieram a público dizer que tudo isto é um absurdo e que o facto de Maryam ter sido vista a almoçar com Ernst algumas vezes significa apenas que está a dar-lhe apoio num momento difícil.
Resta saber se Carolina acredita neles. Porque se não acreditar, é compreensível que tenha mergulhado de novo na depressão. É que anteriormente a princesa já conhecera o sabor amargo da traição, com o seu primeiro marido,
Philippe Junot, um
playboy francês mais velho do que ela 17 anos, com quem se casou aos 22. A união, que durou apenas dois anos, terminou quando se soube publicamente que Junot tinha um caso extraconjugal.
Na altura, a princesa não se mostrou especialmente afectada com essa separação. Afinal, tinha muitas coisas a seu favor: era muito jovem, não tinha tido filhos, contava com o apoio dos pais, os príncipes
Grace e
Rainier, que ainda eram vivos, e não sabia o que era perder irremediavelmente um grande amor. Agora, aos 52 anos, ela que criou três filhos sem o pai, tem o peso de querer proteger Alexandra dos traumas que a separação dos pais implica sempre para uma criança pequena. E não tem os pais para lhe darem a mão neste troço do caminho que se anuncia solitário.