Diana de Cadaval é, como ela própria diz, "
uma princesa do século XXI". Além dos seus deveres sociais e das várias causas humanitárias que apoia, a princesa d’Orléans faz ainda questão de trabalhar. Seja a gerir o património cultural da sua família ou a fazer entrevistas para a CARAS, Diana de Cadaval põe sempre todo o seu empenho e paixão no que faz. Por isso, não é de estranhar que os seus olhos brilhem quando fala do seu mais recente projeto:
Eu, Maria Pia, um romance histórico. O convite para escrever este livro apanhou-a de surpresa, mas a paixão que tem, desde pequena, pela escrita, levou-a a procurar conhecer melhor esta princesa italiana que foi rainha de Portugal, revelando agora na sua obra características pouco conhecidas desta personagem da nossa História.
Foi durante uma produção na Embaixada de Itália, em Lisboa, onde o seu livro foi apresentado no dia 24, que a CARAS falou com Diana de Cadaval sobre esta nova aventura.
– Como é que surgiu a ideia de escrever um livro?
Diana de Cadaval – A ideia de começar a escrever surgiu há um ano e meio. A Esfera dos Livros, a minha editora, veio ter comigo e propôs-me escrever um romance histórico. Achei a ideia de escrever um livro muito gira, mas também assustadora. A escrita faz parte da minha vida desde sempre. Desde pequena que adoro escrever, é uma forma de mostrar a minha criatividade. Lancei-me nesta aventura e escolhi a ‘minha’ rainha. Na altura, a que me disse mais era a D.
Maria Pia. Era a mais divertida e dinâmica, com uma personalidade mais forte, com escândalos, tragédias, amores, amantes, críticas… Tudo começou assim. E adorei este projeto.
– E como é que foi encaixar a rotina da escrita na sua vida, que é tão preenchida?
– Viajava com a minha casa atrás! Montes de papéis, sempre a ler, os primeiros meses foram só pesquisa… E tive duas historiadoras que me ajudaram muito ao longo deste projeto. Foi divertidíssimo.
– Para escrever este livro seguiu a ideia romântica de que o artista se deve isolar para poder criar?
– Sei que há muitos escritores que precisam de se isolar. Eu tentei fazer isso, mas descobri que detesto a solidão. Não consigo viver assim. A escrita funciona melhor com o barulho e a agitação da minha vida. É mais fácil.
– A maneira como retrata Maria Pia dá aos leitores uma nova perspetiva desta rainha…
– O meu livro é escrito na primeira pessoa, por isso é uma coisa muito intimista. Quando comecei a pesquisar sobre Maria Pia, descobri que havia um outro lado dela que estava relacionado não tanto com a sua vida pública, mas mais com os seus sentimentos, pensamentos… E, depois disso tudo, descobri que esta princesa italiana, que foi rainha de Portugal, quis que o seu novo país recuperasse o tempo perdido e que conseguisse ficar ao nível das outras cortes europeias. Quem ler o livro vai descobrir uma Maria Pia sensível, com um grande coração, dinâmica, inteligente, que contribuiu muito para o desenvolvimento de Portugal, com um grande sentido humanitário… E era uma pessoa muito inovadora, foi ela que trouxe a primeira casa de banho para Portugal…
– O que é que mais a surpreendeu ao estudar esta rainha?
– O que me surpreendeu mais foi encontrar uma senhora que sofreu muito desde pequena, perdeu a mãe com sete anos, chegou a Portugal sozinha, com 15 anos mal feitos, e conseguiu ter um percurso fantástico. Era uma mãe extraordinária, acompanhava muito os filhos, o que não era comum na altura. Era uma grande senhora.
– Dedica este livro ao seu pai…
– É uma homenagem que lhe presto. O meu pai adorava Literatura, História, política, e os livros eram uma coisa que tínhamos em comum. Recordo-me de muitos bons momentos vividos com o meu pai, à volta destes assuntos. E agora que finalmente acabei o meu primeiro livro, achei importantíssimo dedicar-lho. Ele teria muito orgulho.
– O trabalho é uma parte muito importante da sua vida. Isso desconstrói a ideia de que as princesas vivem em exclusivo para as suas funções sociais…
– É verdade que sou uma princesa do século XXI e que tenho os meus deveres. Faço muito trabalho humanitário, dou o meu apoio a boas causas, e é importante assumirmos esse nosso lado de princesas, duquesas, altezas reais, porque é dar continuidade a algo que faz parte da nossa família. Mas também devemos viver na época em que estamos. No século XXI, todos trabalhamos. Faço parte de uma geração que é ambiciosa, num mundo cada vez mais rápido, e adoro trabalhar. É uma coisa que me dá imenso prazer, seja nos artigos que escrevo para a CARAS, agora este livro, as exposições no nosso palácio, em Évora, a manutenção do nosso
site… Adoro! E é muito importante gostarmos do que fazemos. Temos de construir alguma coisa que permaneça para a próxima geração.
– Também tem construído um casamento feliz. O que é que destaca nestes dois anos de vida em comum com o seu marido?
– O tempo tem passado a correr. Vamos fazer agora dois anos de casados e tem corrido tudo muito bem. O
Charles-Philippe é um marido fantástico. Tenho muita sorte, porque quando preciso de me sentir apoiada, ele está sempre lá e incentiva-me. É uma maravilha. Temos muitas coisas em comum, como o nosso trabalho humanitário, mas há o espaço para as nossas atividades individuais, as nossas carreiras. Deixamos que cada um brilhe no seu ramo.
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*Este texto foi escrito nos termos do novo acordo ortográfico.