Nas últimas três décadas, uma sucessão de mortes trágicas, romances rocambolescos, divórcios mais ou menos escandalosos, filhos nascidos fora do casamento ou até cuja paternidade só foi assumida tardiamente, depois de testes de ADN, e umas quantas zangas de irmãos transformaram a vida da família Grimaldi, soberana do principado do Mónaco, num longo calvário. Durante essa difícil travessia, os príncipes Carolina, Alberto e Stéphanie não conseguiram evitar expressões faciais carregadas – testas franzidas, maxilares tensos, olhares longínquos e sem brilho –, que os envelheciam precocemente, e nem os sorrisos de circunstância a que se obrigavam em situações oficiais disfarçavam o que lhes ia na alma. Tempos que parecem hoje definitivamente ultrapassados, muito graças ao verdadeiro baby boom que atingiu o clã, que nos últimos três anos viu nascer cinco bebés e se prepara para acolher mais um – o primeiro filho de Pierre Casiraghi e Beatrice Borromeo – dentro de poucos meses.
As fotos do Dia Nacional do Mónaco, celebrado a 19 de novembro e que reuniu pela primeira vez em muitos anos quase todos os descendentes legítimos dos príncipes Grace e Rainier (só faltou a filha mais velha de Stéphanie, Pauline Ducruet), comprovam que estes são tempos de harmonia. A renovação que cada nascimento traz consigo mostrou ter um enorme poder redentor. Poder que a fortuna dos Grimaldi nunca teve: o dinheiro não lhes tornou mais suaves as mortes precoces, em acidentes, da princesa Grace, em 1984, e do segundo marido de Carolina, Stefano Casiraghi, em 1990. Nem evitou a Stéphanie o sofrimento provocado pela divulgação na imprensa de fotografias do seu marido, Daniel Ducruet, com uma stripper. Nem amenizou o temperamento agressivo do terceiro marido de Carolina, o príncipe Ernst de Hannover, que enfrentou problemas de álcool tão graves que chegou a estar entre a vida e a morte.
Alheios ao facto de serem responsáveis pelo regresso da bonança ao seio familiar, Sasha, de três anos, India, de ano e meio, Raphaël, de quase três, e Jacques e Gabriella, que fazem dois anos a 10 deste mês, comportaram-se com a espontaneidade de qualquer criança da sua idade, transformando-se nos reis da festa, pois os monegascos que se reuniram no exterior do Palácio Grimaldi para celebrar esta data deliraram com a oportunidade rara de os ver todos juntos. E de testemunhar o ar embevecido de Carolina quando olha para os seus três netos: Sacha e India, filhos do seu filho mais velho, Andrea Casiraghi, e da mulher, Tatiana Santo Domingo, e Raphaël, nascido da relação, entretanto terminada, de Charlotte Casiraghi com o ator franco-marroquino Gad Elmaleh.
As atenções dos súbditos do Rochedo, no entanto, viram-se hoje sobretudo para os filhos de Alberto, de 58 anos, e Charlene, vinte anos mais nova. Porque quando já tinham perdido a esperança de ver o soberano dar-lhes um herdeiro legítimo, ele deu-lhes logo dois de uma vez. Autênticas joias da coroa, o príncipe herdeiro Jacques e a sua gémea Gabriella são vistos quase como um milagre, pela promessa de futuro, mas também porque transformaram Alberto num pai-avô de sorriso bonacheirão. Apesar de antes de se casar com Charlene, há cinco anos, ter tido que assumir a paternidade de dois filhos naturais (logo, impossibilitados de lhe suceder no trono), a americana Jazmin Grace, de 24 anos, e do francês Alexandre Costes, de 13, Alberto não teve contacto regular com eles, o que impediu a criação de elos como os que tem hoje com os seus herdeiros legítimos.
‘Baby boom’ real: Crianças Grimaldi alegram a festa nacional do Mónaco
A princesa Carolina, que foi sempre uma mãe atenta e dedicada, mostra-se hoje deliciada na companhia dos netos, Sasha, de três anos e India, filhos de Andrea, e Raphaël, filho de Charlotte, pelo que terá ficado encantada com a notícia da gravidez de Beatrice, a mulher do seu filho mais novo, Pierre.
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