Passaram-se 12 anos desde que Camilla e o príncipe Carlos de Inglaterra se casaram e, embora hoje seja aceite pelos britânicos, a duquesa não esquece os momentos difíceis que viveu quando o romance foi tornado público. Primeiro porque há muitos que era apontada como a responsável pelo divórcio do príncipe e de Diana de Gales e, inclusivamente, acusada de trair o então marido, Andrew Parker Bowles. Depois porque o facto de Diana ser muito querida pelo povo fez com que muitos tivessem dificuldades em aceitar que Carlos a ‘trocasse’ por outra mulher.
Numa entrevista franca à revista You, Camilla assume que, na época, se sentia prisioneira na sua própria casa e que pouco saía para não ter de lidar com o assédio mediático. “Na realidade, eu não podia ir a lado nenhum. Mas as crianças [os filhos, o crítico gastronómico Tom Parker-Bowles e a curadora de arte Laura Lopes] vinham regularmente, como sempre. Eles tentavam encarar a situação com normalidade e os meus melhores amigos também”, começa por dizer a duquesa, de 69 anos. “Foi horrível. Foram tempos extremamente desagradáveis e eu não colocaria o meu pior inimigo numa situação semelhante. Eu não teria sobrevivido sem o apoio da minha família, nomeadamente os meus irmãos, Annabel e Mark”, adianta.
Carlos e Camilla conheceram-se em 1971 e apaixonaram-se. Dois anos depois terminou o namoro, o filho de Isabel II, então oficial da marinha, partiu em missão para o estrangeiro, e não demorou muito até que a sua amada se casasse com Andrew Parker Bowles. De acordo com a imprensa britânica, os dois nunca se separaram na realidade e mantinham uma relação adúltera, que o marido de Camilla preferia ignorar. O casamento da duquesa da Cornualha com Parker Bowles, terminou em 1995, três anos após a separação de Carlos e Diana, cujo divórcio só foi oficializado em 1996.
Apesar de todos os escândalos à volta desta relação Carlos de Inglaterra não tinha dúvidas de que queria, finalmente, assumir publicamente o seu amor por Camilla e os dois casaram-se a 8 de abril de 2005. Com a união, a sua mulher recebeu o título de duquesa da Cornualha e passou a ter de assumir as obrigações reais, algo que, confessa, nem sempre lhe agrada. “Às vezes temos de saber rir-nos de nós próprios. Porque se não formos capazes de fazê-lo, não conseguiremos sobreviver nesta realidade. Penso para mim própria frequentemente: ‘Quem é esta mulher? Não sou eu. Tive de construir uma personagem para me adaptar a esta nova vida’”, admite. “É também importante ter amigos que nos chamam à terra quando estamos a sentir-nos demasiado importantes, que nos dizem que temos de ter calma e nos lembram quem somos. Felizmente eu fui bem-educada pelos meus pais e sempre tive maneiras. Pode parecer algo snob dizer isto, mas na minha altura deixava-se a escola aos 16 anos, só os grandes cérebros iam para a universidade. Em contrapartida, íamos para Paris e Florença e aprendíamos a comportar-nos em sociedade, conhecíamos outros modos de vida e outras culturas. Isso foi-me incutido e, de certa forma, eu adquiri os conhecimentos que estas experiências me proporcionaram. Caso contrário teria sido muito mais difícil adaptar-me à vida no seio da família real”, conclui.
Camilla fala dos momentos difíceis após romance com Carlos de Inglaterra ser tornado público
“Foi horrível”, confessa a duquesa da Cornualha.