O relatório realizado por Jeannot Waringo, antigo diretor da Inspeção Geral das Finanças, sobre os gastos da Corte Grã Ducal, abalou a imagem de Maria Teresa do Luxemburgo, uma vez que, no documento, recorda que as funções da Grã-duquesa devem ser “puramente representativas”, dado que “as decisões mais importantes que se tomam na área da gestão dos recursos humanos, sejam de recrutamento, atribuições aos vários departamentos ou demissões, são assumidas pela Grã-duquesa”, algo que não considera correto.
Esta quarta-feira, dia 5, o relatório chega ao Parlmento. No entanto, na terça-feira, Maria Teresa surgiu pela primeira vez em público, mostrando um lado seu bastante diferente. De visita ao centro Norbert Ensch, que apoia mães jovens, famílias monoparentais e adolescentes grávidas, a Grã-duquesa conversou sobre as necessidades destas mulheres e os desafios que enfrentam.
Este centro tem o apoio da Cruz Vermelha do Luxemburgo, organização a que Maria Teresa preside desde 2005. Durante a visita a Grã-duquesa mostrou-se sorridente, tendo até abraçado algumas das jovens ali presentes.
Recorde-se que a polémica em que se tem visto envolvida começou quando a imprensa local a acusou de criar mau ambiente para os funcionários do palácio, depois de cerca de 30 trabalhadores terem deixado as suas funções entre 2015 e 2019, o que corresponderia a cerca de um terço do staff.
O relatório de Waringo apresenta novos dados e conclui que entre 2014 e 2019 deixaram o seu posto de trabalho 51 os trabalhadores, sem contar com que os se reformaram. Desse total, 16 despediram-se, 11 foram despedidos e a oito foi-lhes rescindido o contrato. “Há sinais que não enganam. Dei-me conta de que nas conversações entre colegas a jovialidade e o humor são raros. Todos medem bem as suas palavras”, aponta o antigo diretor da Inspeção Geral das Finanças.