Leonor de Espanha e Alexia da Holanda começaram esta segunda-feira, dia 30 de agosto, um novo período nas suas vidas. As duas princesas iniciam agora o seu percurso no UWC Atlantic College, no País de Gales, uma instituição na qual vão estudar durante os próximos dois anos e para a qual se submeteram a rigorosas provas durante o processo de admissão.
O Atlantic World College é uma instituição exclusiva, cujo preço por dois anos letivos – o tempo que as princesas irão estudar ali – é de 76.500 euros, de acordo com a imprensa estrangeira. No entanto, nem só os filhos de famílias abastadas têm hipótese de estudar neste colégio (ou nos restantes pertencentes ao United World College), dado que estas instituições oferecem bolsas de estudos para os alunos cujas famílias têm menos rendimentos.
O que todos – bolseiros e não bolseiros – têm que fazer para garantir uma vaga no UWC é submeterem-se a uma rigorosa seleção. De acordo com uma entrevista dada por Marina Conde, antiga aluna do colégio, à revista espanhola Vanitatis, o processo é exigente. É necessário começar por enviar o currículo académico, porque, explica, “o primeiro filtro são as notas”. Ter bons resultados é condição necessária, mas não suficiente, dado que também é exigido aos candidatos que tenham pensamento crítico.
“Uma vez passado esse filtro há uma ‘solicitação standard’, em que fazem várias perguntas e que é preciso desenvolver, como ensaios. Não é um teste de conhecimentos, mas de perguntas pessoais e de cultura geral, nas quais os alunos têm que demonstrar não apenas os seus conhecimentos, como também que têm uma forma de pensar própria e ideais”, continuou, explicando que o colégio procura alunos que “tenham inquietudes” e que não se conformem apenas com frequentar as aulas. “Pessoas que façam atividades extracurriculares, que estejam implicadas em causas sociais”, são pontos muito valorizados no processo de seleção.
Perguntas como “quais são os problemas sociais que mais te preocupam?” ou “o que fazes para resolvê-los?”, são questões que se colocam nesta segunda fase da seleção, à qual se segue a terceira e mais dura prova, a entrevista pessoal. Esta é a última fase do processo. “Na minha altura passava-se um fim de semana a fazer provas difíceis, entrevistas pessoais com adultos muito preparados, com especialistas em literatura, com gente que, com a candidatura [de cada aluno] em frente começava a perguntas [sobre a vida do candidato]”.
Após esta prova são selecionados os novos alunos e atribuídas as bolsas a quem necessita. “Ali não há contemplações por quem és. Para eles é indiferente, são todos iguais”, explica ainda, referindo que é muito mal visto que alguém se ache superior pela condição financeira ou estatuto que tenha.