Nascida em 1970 no Koweit, no seio de uma família islâmica da Palestina (os pais, ele médico, fugiram das tropas israelitas quando estas ocuparam Tulkarm, no norte da Cisjordânia, em 1967), Rania, filha do meio de três irmãos, estudou numa escola britânica do Koweit e formou-se em Gestão de Empresas na Universidade Americana do Cairo. Quando, em 1990, o Iraque invadiu o Koweit, durante a Guerra do Golfo, a família voltou a fugir do cenário de guerra e instalou-se na Jordânia. País onde o rei Hussein, pai do atual soberano, conduzia uma política pacifista de boa vizinhança com os instáveis países em redor (a Jordânia faz fronteira com Israel, Síria, Iraque e Arábia Saudita) e fazia por aproximá-lo dos valores democráticos ocidentais – desde 1974 que as mulheres jordanas têm direito ao voto, por exemplo.
Foi neste país de mentalidade relativamente aberta se comparado ao Médio Oriente em geral que Rania, já licenciada, começou a trabalhar, primeiro no departamento de marketing do Citigroup, depois na administração da Apple. Em 1992, num jantar, conheceu Abdullah, que se diz ter ficado rendido à sua personalidade comunicativa e ao seu sentido de humor. Casaram-se a 10 de junho de 1993. E Rania entrou num admirável mundo novo, que lhe exigiu grande capacidade de adaptação – tornou-se rainha aos 28 anos –, mas também lhe proporcionou uma vida de luxo que não desperdiçou.
Com a ajuda de conselheiros de moda, viu o seu guarda-roupa ser elevado a um nível de elegância e de glamour quase incomparáveis: as roupas de corte oriental deram lugar a elegantes vestidos de alta-costura que passaram a ter a companhia de joias compradas nas mais conceituadas casas europeias. Com a ajuda de um nutricionista, a rainha adotou uma dieta macrobiótica e conseguiu perder dez quilos, mantendo uma excelente forma física mesmo depois dos quatro filhos. Querendo sempre mostrar exteriormente a perfeição que procura alcançar a nível interior, a rainha continua a procurar ajuda estética e tem contado com os conhecimentos do médico iraniano Christian Chams.
Grande promotora da educação e da independência femininas, a favor das quais criou, em 1995, a Fundação Jordan River, meio privilegiado de acesso ao mercado de trabalho para as jordanas, tem procurado projetar no mundo uma imagem moderna das mulheres árabes, que em tudo choca com o conservadorismo misógino do meio onde se move. E tem-no feito em intervenções públicas, em entrevistas – como a que deu a Oprah Winfrey em 2010 – e através das redes sociais, onde é muito ativa.