No seu livro autobiográfico, ‘Na Sombra’ , lançado no passado dia 10 de janeiro, o filho mais novo do rei Carlos III faz declarações polémicas sobre a família real britânica. Entre os vários episódios, Harry dá detalhes sobre o seu encontro com o pai, o irmão William e a avó, a falecida rainha Isabel II, em 2020, após o seu afastamento da família real britânica.
Na reunião, que tinha como intuito resolver aquele momento de crise, foram levantadas cinco hipóteses para articular a forma como os duques de Sussex iriam renunciar aos seus direitos e obrigações em relação à Coroa britânica. O encontro, realizado a 13 de janeiro de 2020, foi aguardado com grande expectativa, tanto pelos membros da família real como pelos meios de comunicação. Todos queriam saber o desfecho daquela reunião.
Segundo Harry descreve no livro, o clima que se fazia sentir era tenso, e a avó ofereceu uma dura negociação. O duque chega ainda descrever a passividade do irmão e da imprensa como “tratamento cruel e criminoso”, que não intervieram a seu favor.
Assim, levantaram-se algumas possibilidades que Harry e Meghan poderiam ter, que iam desde permanecer inteiramente sob a alçada da Coroa, até uma ruptura total com a instituição, não tendo “qualquer função monárquica e perder segurança”. Nenhuma destas opções agradou ao duque de Sussex, que pediu uma opção intermediária, que lhe asseguraria proteção e mantinha a segurança. “Isso era o que mais me preocupava, a integridade física da minha família”. Esta opção permitir-lhe-ia ainda viver fora do Reino Unido, trabalhar e ter proteção. Contudo, o duque revelou ainda que esta possibilidade não estava em cima da mesa no início, e que para a avó, o pai e o irmão existiam apenas, a princípio, a opção do tempo inteiro ou ruptura completa.
Após uma hora sem consenso, a Casa Real apresentou uma declaração que afastava o príncipe por completo da Casa Real. Este documento foi visto por Harry como um duro golpe, uma vez que, a seu ver, isto significava que a decisão já tinha sido tomada sem consultá-lo, pelo que aquele encontro não tinha tido qualquer sentido. Um dos funcionários da família garantiu-lhe que isso não era verdade. No entanto, de acordo com o que conta no seu livro de memórias, depois do sucedido Harry precisou de sair da sala e apanhar um pouco de ar.
Durante a reunião, o duque de Sussex implorou que não lhe retirassem a proteção e a segurança, temendo o impacto que isso teria na sua família. A reunião terá terminado com o seguinte apelo: “O que queremos é trabalhar, servir e… ficar vivos, por favor.” A ‘cimeira’ terminou com a celebração de um contrato base por um período transitório de um ano.
Esta não é a primeira vez que o duque se refere a esta reunião. A primeira foi no documentário da Netflix, que estreou no passado mês de dezembro, na qual Harry refere: “Foi de partir o coração ver meu irmão a gritar comigo, o meu pai a dizer-me coisas que não sabia. E minha avó, tranquila assimilou tudo”.