No seguimento do escândalo sexual que envolveu o magnata Jeffrey Epstein e o príncipe André, a falecida rainha Isabel II decidiu retirar todas as funções reais ao duque de York, despojá-lo dos seus títulos militares e proibi-lo de usar o tratamento de Alteza Real, uma decisão tomada há cerca de um ano.
O príncipe André foi acusado de abuso sexual por parte da advogada americana Virgínia Roberts Giuffre, num caso que remonta a uma altura em que a mulher era ainda menor de idade. Já o empresário, amigo do príncipe André, foi acusado de crimes sexuais contra menores e de assédio sexual, tendo morrido na prisão em agosto de 2019. Nesse mesmo ano, a imagem pública do duque de York ficou ainda mais prejudicada após uma entrevista a Emily Maitlis para o programa “Newsnight”, da BBC. Nessa entrevista, André procurava justificar a sua amizade com Epstein, o que acabou por não o beneficiar.
Segundo a imprensa internacional, o duque está a pensar alegar em tribunal que nunca conheceu a advogada e que as fotografias onde surge com a mão na sua cintura são falsas. O príncipe quer levar Virginia a tribunal e pôr termo ao acordo entre os dois. Apesar de sempre ter recusado ter cometido tais crimes contra a advogada, Virginia afirmou o contrário.
Contudo, na passada segunda-feira, dia 23, foi transmitida no canal britânico TalkTV, a primeira entrevista de Ghislaine Maxwell, braço direito de Jeffrey Epstein, que afirmou não se recordar da advogada e o príncipe se terem conhecido.
“Não me lembro de eles se conhecerem”, afirmou, segundo o New York Post. “E não acho que essa foto seja real. É uma farsa. Não acredito que seja real nem por um segundo, na verdade, tenho a certeza de que não é”, acrescenta. Na entrevista, Ghislaine falou ainda da sua rotina na prisão e sobre a morte do empresário.
Recorda-se que desde da polémica envolvendo Epstein, o príncipe contou com o apoio das duas filhas, as princesas Beatrice e Eugenie, e da ex-mulher, Sarah Ferguson. Agora o duque de York prepara-se para contrariar as acusações, o que significa que o acordo que o filho de Isabel II fez com a advogada, em fevereiro do ano passado – onde não admitia culpa mas aceitou pagar um montante de cerca de 10 milhões de libras que o ‘livraram’ de se sentar no banco dos réus -, poderá ficar sem efeito.