Raquel Strada pode ter ar de menina, mas, aos 26 anos sabe, muito bem o que quer. E se há uns anos, por causa da sua timidez, precisou que fosse o namorado,
João Brilha, com quem vive há já cinco anos, a tomar a iniciativa de enviar a sua inscrição para o programa
Curto-Circuito, que marcou o início da sua carreira de apresentadora, hoje sabe tomar ela própria todas as decisões. Como quando aceitou apresentar a rubrica
Descobertas Lifecooler, no programa
Mundo das Mulheres, da SIC Mulher, ou participar na
Liga de Mulheres, no canal Benfica, que junta a outras apresentações pontuais, sobretudo na área da moda. Neste momento, o seu grande desafio é a apresentação do programa
O Restaurante, onde surge com uma imagem mais madura e sofisticada. Mas não é só na condução de programas televisivos que Raquel mostra o seu talento. Depois de ter participado em
Floribella e
Rebelde Way como actriz, prepara novos projectos na área da representação.
Foi sobre estas aventuras e sobre a mulher que se deixa adivinhar por detrás do sorriso fácil que falou com a CARAS.
– Em alguns programas que faz dá a conhecer o melhor da vida. O que é o melhor da sua vida?
Raquel Strada – É fácil: o melhor da vida é a família, os amigos e o namorado. Prezo muito as pessoas de quem gosto. Em termos materiais, o melhor da vida é trabalhar. Adoro o que faço. E gosto muito de viajar. Agora queria ir ao Rio de Janeiro ou a Nova Iorque.
– Actualmente, aparece no programa
O Restaurante com uma imagem mais elaborada. Sente a necessidade de se afirmar de outra maneira?
– Não diria afirmar… Sinto necessidade de provar que consigo fazer outras coisas, e essa possibilidade está-me a ser dada pelo meu canal [SIC Mulher]. Portanto, tenho de provar que estou à altura do desafio. É fácil associarem-me a uma imagem de menina, porque tenho uma voz e uma aparência juvenis, mas estou com vontade de ter novos desafios.
– Embora esteja a assumir uma atitude mais madura, continua a sentir-se uma menina?
– Sim, sem dúvida. Acho que vou ter sempre coisas de menina. Sou filha única e acabo por ser muito mimada pelos meus pais. Acho que o facto de conservar alguma da minha meninice é bom, porque mantermo-nos jovens ajuda-nos a viver com mais leveza. Vemos a vida de forma mais bonita e descontraída. E acho que vou ser sempre assim. Mas também sinto que já começo a querer outras coisas da vida nas quais antes nem sequer pensava.
– E que coisas são essas?
– Não quero casar-me e ter filhos em breve, mas já penso mais nisso. Sempre me imaginei a casar-me de vestido de noiva e tudo o que faz parte. Quando era mais pequena, dizia que queria casar-me aos 27 anos. Faltam apenas alguns meses e agora já digo que só quero casar-me aos 30 [risos]. Mas penso em tudo isto de uma forma diferente. Sinto que estou mais madura e com necessidade de fazer coisas diferentes. E já me sinto capaz de as fazer. Sou um bocadinho insegura… Antes agarrava os desafios, mas sempre com medo de falhar, agora já não. Tenho medo de falhar à mesma, e acho que isso é saudável, mas sinto-me mais capaz, com maior bagagem.
– O João também a tem ajudado a adquirir essa segurança?
– Sim. O João completa-me. Eu sou mais emocional, ele é racional… Não é uma questão dos opostos se atraírem, porque temos os mesmos objectivos, e isso é importante. As pessoas não têm de ser nem muito diferentes, nem demasiado parecidas. E também não escolhemos por quem é que nos apaixonamos…
– Quando foi viver com o seu namorado tinha apenas 21 anos. Nunca se arrependeu de ter dado tão nova um passo com tal responsabilidade?
– Nunca me arrependi. Nem pensei que podia correr mal. Quando decido uma coisa, gosto de fazer tudo rapidamente. Sabia que gostava dele, já namorávamos há algum tempo e, se corresse mal, voltávamos atrás. Hoje em dia, as pessoas, para o bem ou para o mal, são mais desprendidas. Conseguem mais facilmente voltar atrás e recomeçar. Portanto, não tive medo nenhum. Se gostava dele, se era com ele que queria mesmo estar, porque não?
– De alguma maneira, a sua imagem tem estado associada à de uma mulher sensual. Gosta da ideia?
– A partir do momento em que a minha imagem é pública, cada pessoa pode ver-me da maneira que quiser. Há quem me possa achar
sexy, ou quem possa achar-me uma miúda. Portanto, não me incomoda nada. Até é bom que olhem para mim de maneiras diferentes. Não me considero um
sex symbol, nem de perto nem de longe, mas se alguém me considerar, acho que é bom para mim. E também faz bem ao ego. Gosto que me achem bonita e
sexy, mas suponho que isso não deva acontecer muitas vezes… [risos]
– Parece ser uma pessoa muito doce, sempre disponível. Por detrás dessa Raquel tão simpática há também uma mulher com mau feitio?
– Há [risos]. Tenho muito mau feitio quando estou com sono e com fome. Torno-me impossível de aturar. No resto, acho que sou uma pessoa muito tranquila. Às vezes até gostaria de não ser tão transparente.
– Tem feito um percurso discreto, ao contrário de algumas caras que surgem na apresentação e que ganham facilmente mediatismo. Alguma vez sentiu inveja de uma colega?
– Não. Ter um percurso conquistado passo a passo tem sido uma escolha minha. Já me fizeram outras propostas que não aceitei. Prefiro que as coisas sejam feitas de forma consistente. Gosto da maneira como tudo tem acontecido.
– Recentemente, voltou a falar-se de uma fotografias suas em que aparecerá em
topless. Como é que lidou com isso?
– Isso já se passou há cinco anos. Eu estava com o João e alguns amigos na praia e tirámos essas fotografias com o telemóvel. Entretanto, o telemóvel foi roubado e eu nunca mais me lembrei das fotos. Mais tarde essas fotografias apareceram na internet, ainda por cima alteradas, e decidi levar as coisas a tribunal, pois temos de colocar limites. E como não há uma política de preservação da privacidade… Mas não vejo problema em fazer
topless na praia e na verdade essa questão já não me preocupa.