Como Chaplin, Fernandel, Jô Soares, Jerry Lewis e tantos outros nomes grandes do humor, Raul Solnado tinha a capacidade de se transfigurar a um ritmo vertiginoso sempre que a personagem lho exigia. Os músculos do seu rosto contraíam-se e descontraíam-se em incontáveis caretas por segundo, acompanhadas por outros tantos gestos das suas mãos desassossegadas. Um frenesim que o levava mesmo a gaguejar ligeiramente, tornando as suas personagens ainda mais engraçadas. A expressividade foi, sem dúvida, um dos segredos do sucesso deste actor, que, como todos os cómicos dignos deste nome, manteve até ao fim um sorriso de menino traquinas a franzir-lhe o rosto.
Edição especial Raul Solnado – As expressões
Como todos os grandes humoristas, tinha o dom da transfiguração.