Construir uma família feliz exige empenho e um trabalho constante. Contudo, no meio deste esforço,
Manuel e
Carlota Gião, de 38 e 37 anos, têm sabido desfrutar ao máximo do maior projecto que têm na vida: educar os filhos,
Manuel, de seis anos, e
Camila, de três. Entre as corridas de automóveis, as viagens e todo o trabalho burocrático que tem de fazer para arranjar patrocinadores, o piloto tem sido um pai presente. Mas reconhece que a mulher tem sido o seu principal apoio na concretização dos seus sonhos, como nos contou durante um fim-de-semana passado no Grande Real Santa Eulália Resort & Hotel Spa, em Albufeira.
– Escapadelas de fim-de-semana fazem parte da vossa rotina?
Manuel Gião – Sim, muito, embora eu tenha muitos fins-de-semana ocupados com as minhas provas. E temos muitos amigos em Lisboa que organizam jantares e que não nos permitem fazer mais vezes fins-de-semana destes.
– E quando têm essa oportunidade, o que gostam de fazer?
Carlota Gião – Eu acho que tentamos aproveitar os fins-de-semana mesmo quando estamos em Lisboa. Primeiro, porque gostamos imenso de praia, depois, também fazemos passeios por Monsanto, Sintra… Até porque agora temos um cão e temos de o cansar.
– E é melhor passear com os filhos ou sem os filhos?
Manuel – Não temos muitas hipóteses de fazer este tipo de programas sem os filhos. [risos] Já tentámos, mas depois acabamos sempre por levá-los.
– Na última entrevista que nos deram, disseram que a vossa vida mudou muito depois de terem sido pais. Já se adaptaram totalmente à nova realidade?
Carlota – Exige uma permanente adaptação às diversas fases por que passam as crianças. Agora, eles começaram a crescer e estão sempre connosco.
– Sentem que a partir do momento em que foram pais têm de fazer um esforço maior para não se esquecerem de que continuam a ser marido e mulher?
– Lembramo-nos muitas vezes disso, mas levá-lo à prática é que é mais difícil.
Manuel – Eu queria namorar mais com a Carlota, mas há sempre outras coisas que também são importantes na nossa vida e ficamos sem tempo. A Carlota tem sido um apoio muito importante na minha carreira e tem compreendido muito bem os sacri-fícios que temos de fazer para que eu tenha bons resultados nas corridas. Obviamente, falamos muitas vezes de precisarmos de estar os dois sozinhos, namorar… Temos é de conciliar tudo.
– É fácil ser-se feliz numa profissão que exige muitos sacrifícios?
– Não é fácil, não. É uma profissão linda, mas que exige muita dedicação e que me obriga a arranjar maneiras de a sustentar. E hoje dedico-me muito a essa parte. As corridas são o melhor, o que vem antes, as burocracias, é mais complicado. Felizmente as corridas compensam tudo.
Carlota – As viagens que o Manuel faz por causa das corridas não são assim tantas, mas ainda há os treinos… É complicado, porque nunca sabemos o que vai acontecer no ano seguinte, e isso é desgastante. Nunca sabemos como vão ser os patrocínios.
– E como lidam com essa instabilidade?
– Bem, ele já faz isto há muitos anos e é uma sorte poder ter esta profissão. Quem dera toda a gente poder fazer o que gosta.
Manuel – Como tenho vários anos de carreira, as portas abrem-se mais facilmente.
– Pela forma como falam, parece que trabalham em equipa. Há espaço, na vossa vida, para a individualidade de cada um?
Carlota – É superimportante, mas as coisas estão muito misturadas e acabamos por viver tudo muito a dois. Partilhamos muito o dia-a-dia, e isso faz-nos perder um pouco a individualidade. Acho que deveríamos ter mantido esse espaço, mas, mesmo assim, tem corrido tudo bem.
Manuel – Temos conciliado bem as coisas e a Carlota tem sido muito compreensiva.
Carlota – Estou num momento de transição. Há uns anos comecei o curso de arquitectura, mas deixei-o a meio. Agora estou a fazer um curso de
design de interiores. Apetece-me imenso. Os meus filhos já estão mais crescidos e, por isso, é a altura certa para pensar em mim.
– O que é que se ganha com os anos de vida em comum?
– Ao fim de vários anos e dos ajustes que uma relação exige, ou se "recasa" ou se separa. Se se "recasa", as coisas saem reforçadas. Os anos trazem-nos a certeza daquilo que queremos, do que valorizamos.
Manuel – Os anos fortalecem-nos. Conhecemo-nos bem, te-mos dois filhos lindos, e isso faz par-te do amor. Cada vez mais nos esforçamos pela nossa família. É um desafio, mas o nosso amor dá-nos força para encararmos a vida.
– Querem ter mais filhos?
– A Carlota gostava, mas estes dois já dão muito trabalho… Para já, não faz parte dos planos.
Carlota – Torna-se cada vez mais difícil. Eles estão em fases diferentes, mas já começaram a crescer, e acho que também temos de pensar mais em nós.
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