Especialista nos assuntos que dizem respeito à família real espanhola, José Apezarena esteve em Portugal para promover o seu mais recente livro, Felipe & Letizia – A Conquista do Trono, na mesma semana em que o diário italiano La Reppublica noticiou a suposta iminência do divórcio de Juan Carlos e Sofía. Esse acabou por ser o assunto dominante desta conversa, durante a qual o jornalista espanhol revelou que não acredita nessa possibilidade. “Parece-me que para este tema um jornal italiano não é a melhor fonte. Seria como se eu obtivesse um furo sobre a rainha de Inglaterra… Depois, um divórcio para quê? Irão o rei e a rainha iniciar um novo período das suas vidas aos 76 anos? Não me parece. Além do mais, já vivem vidas separadas, a rainha não pára em Madrid, está sempre em viagens… Na verdade um divórcio também não traria benefícios ao reinado de Felipe. Antes pelo contrário, iria abalar a imagem da família. Não acredito que Juan Carlos e Sofía, que têm desde sempre como projeto de vida os filhos, se possam divorciar. Juan Carlos só fará parte da história se tudo acabar em bem, porque se o seu filho fracassar, ele também fracassa.”
Sorridente, Apezarena defendeu que este tema não faz parte das preocupações do povo espanhol: “Ninguém em Espanha está preocupado com a situação matrimonial do rei e da rainha anteriores. Mesmo quando se
deu o escândalo de Corinna [zu Sayn-Wittgenstein, suposta amante de Juan Carlos] ninguém se preocupou com isso. Para nós, não é um tema de conversa.”
Seguro das suas fontes, o jornalista acredita que nunca foi ‘manipulado’ para que as suas notícias projetassem a imagem certa da Casa Real: “Desde que comecei a trabalhar com a Casa Real que tenho com quem falar e vou acumulando informação. São pessoas que não mentem. Uma coisa é não contarem as coisas, agora mentir, não o fazem. Nessa medida podemos confiar neles. Muitas vezes dizem que não me podem falar sobre determinados assuntos, mas jamais me dizem mentiras que pudessem ser convenientes.”
Apezarena afirma não ser monárquico nem “Juancarlista”, mas talvez “Felipista”: “A monarquia é um pouco absurda em si mesma. Creio que a monarquia em Espanha é muito útil, corresponde à nossa história e, dito de uma maneira muito crua, é um bom negócio. Por isso, seria um desperdício acabar com a monarquia, pois dá uma boa imagem de Espanha. Talvez eu seja um pouco Felipista, porque conheço muito bem Felipe e é um tipo de primeira. Creio que é uma boa pessoa, trabalhador, responsável, honrado… Há pouco uma pessoa da Casa Real comentava comigo que Felipe era o melhor da família. Está a tomar decisões ponderadas, com claridade, transparência, e isso parece-me muito bem. Depois, é um homem muito apaixonado pela sua mulher, um pai encantado com as suas filhas, muito humano.”